Seja de carro, avião, ônibus ou barco, viajar é sempre uma experiência emocionante. No entanto, a saúde não tira férias e é importante estar preparado para qualquer eventualidade. Ter uma ‘farmacinha de viagem’ bem equipada é essencial para lidar com pequenos problemas que possam surgir, ou quando você já faz algum tratamento e precisa segui-lo mesmo fora de casa.
A supervisora farmacêutica da rede Santo Remédio, Bruna Barros, dá algumas dicas de como proceder na organização desse ‘kit’ tão importante. “Antes de tudo, faça uma lista dos medicamentos que você ou sua família podem precisar durante a viagem. Isso deve incluir tanto os prescritos, quanto os de venda livre, para condições comuns, como dor de cabeça, febre, dor de estômago, alergias e resfriados”, orienta a profissional.
Alguns exemplos de medicamentos que podem ser úteis nessas situações são: analgésicos e antitérmicos, remédios para dor abdominal, antialérgicos, antiácidos e remédios para gases e prisão de ventre.
Outra dica importante é estar atento às regras sanitárias do local para onde se vai, especialmente se a viagem for para o exterior. Isso porque algumas substâncias podem ser consideradas ilegais fora do Brasil, mesmo que sejam medicamentos prescritos. Portanto, é aconselhável verificar as regras de viagem e as regulamentações aduaneiras do país para o qual se está viajando.
Alguns países, por exemplo, exigem que os medicamentos estejam acompanhados de uma receita médica em inglês ou no idioma local, com o nome genérico do princípio ativo, a dosagem, a forma farmacêutica e a duração do tratamento. Outros países podem proibir ou restringir a entrada de medicamentos que contêm codeína, morfina, pseudoefedrina ou derivados da cannabis. A dica é consultar o site da embaixada ou do consulado do país de destino antes de viajar, para evitar problemas na alfândega ou na imigração.
Como levar
O acondicionamento dos remédios é mais um fator na lista de cuidados na hora de elaborar a ‘farmacinha de viagem’. Eles devem ser mantidos em suas embalagens originais, com os rótulos intactos. Isso não só ajuda na identificação, mas também é útil caso o viajante precise passar por controles de segurança. Além disso, é bom certificar-se de que os medicamentos estejam em um local fresco e seco para evitar danos.
“Se você estiver carregando medicamentos prescritos, é interessante levar uma cópia da receita. Em alguns casos, você pode precisar de uma carta do seu médico explicando por que você precisa dos medicamentos”, alerta a farmacêutica.
Bruna Barros ressalta ainda que um kit de primeiros socorros básico pode ser muito útil nas viagens, especialmente nas de carro ou ônibus. Nele, podem estar inclusos curativos, antissépticos, tesouras, pinças e termômetro.
Desnecessários
As dicas, porém, não envolvem apenas o que é essencial levar na viagem, mas também o que deixar em casa. “Evite na bagagem medicamentos que você não usa regularmente ou que não sejam essenciais. Isso não só economiza espaço, mas também evita a possibilidade de tomar medicamentos desnecessários”, aconselha a especialista. Também é importante verificar a validade dos medicamentos, e não misturá-los na mesma embalagem, pois isso pode causar confusão ou contaminação.
Bruna Barros lembra também que, em caso de dúvidas, é sempre importante procurar a ajuda de um profissional farmacêutico. Pela lei 13.021/14, toda drogaria no Brasil precisa manter um profissional habilitado nessa área em todo seu horário de funcionamento, para atendimento ao público.
Por fim, lembre-se de que os medicamentos são apenas para casos de emergência ou de necessidade comprovada. “Se você apresentar algum sintoma grave ou persistente, procure um médico o quanto antes, e não se automedique sem orientação. A sua saúde é o seu bem mais precioso, e deve ser cuidada com responsabilidade”.
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