Quando a polícia entrou na casa de Ed Gein, em Plainfield, nos Estados Unidos, em 1957, encontrou um dos cenários mais assustadores da história criminal. Dentro da casa, havia cadeiras cobertas com pele humana, abajures feitos com rostos, crânios espalhados e corpos pendurados. A descoberta chocou o país e transformou Gein no infame “açougueiro de Plainfield”.
A história volta a ganhar destaque com o lançamento da série “Monstro: A história de Ed Gein”, que estreou nesta quinta-feira (10) na Netflix. O caso inspirou também filmes clássicos do terror, como Psicose (1960), O Massacre da Serra Elétrica (1974) e O Silêncio dos Inocentes (1991).
Infância difícil e isolamento
Ed Gein nasceu em 1906, no estado de Wisconsin. O pai era alcoólatra, e a mãe, Augusta, extremamente religiosa e controladora. Ela acreditava que as mulheres eram a “fonte do pecado” e manteve a família isolada numa fazenda afastada da cidade.
Gein cresceu sem amigos e era considerado estranho e tímido pelos colegas. Após a morte do pai, em 1940, e do irmão, Henry, em 1944 — em circunstâncias suspeitas —, ficou apenas com a mãe. Quando ela morreu, em 1945, Gein perdeu totalmente o contato com a realidade.
O início dos crimes
Sozinho e perturbado, Gein passou a se interessar por livros sobre experimentos nazistas e a frequentar cemitérios, onde retirava corpos de mulheres para fazer “experimentos” macabros. A polícia acredita que ele tentava recriar a figura da mãe através desses atos.
Em 1954, uma mulher chamada Mary Hogan desapareceu. Três anos depois, Bernice Worden, dona de uma loja de ferragens, também sumiu. O último registro de venda mostrava o nome de Ed Gein. Ao investigar a casa dele, a polícia descobriu o cenário de horror.
A descoberta macabra
Na fazenda, os investigadores encontraram objetos feitos com partes humanas, como cadeiras, roupas e utensílios. Havia restos de pelo menos nove mulheres. Gein confessou que parte do material vinha de túmulos que ele mesmo profanava.
Considerado mentalmente incapaz, ele nunca foi julgado. Passou o resto da vida internado em um hospital psiquiátrico, onde morreu em 1984.
O legado no terror
O caso de Ed Gein deixou uma marca profunda na cultura popular. Sua história inspirou personagens icónicos do cinema, como Norman Bates (Psicose), Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica) e Buffalo Bill (O Silêncio dos Inocentes). Agora, a Netflix revive esse capítulo sombrio com a série “Monstro: A história de Ed Gein”, que mostra como a realidade pode ser ainda mais assustadora do que a ficção.