O governo da Venezuela anunciou o encerramento das suas embaixadas na Noruega e na Austrália, numa medida que faz parte de uma “realocação estratégica de recursos” e do esforço para “fortalecer alianças com o Sul Global”, segundo comunicado oficial divulgado esta segunda-feira.
O executivo de Nicolás Maduro explicou que os serviços consulares destinados às comunidades venezuelanas nestes países serão garantidos por missões diplomáticas concomitantes, cujos detalhes serão apresentados “nos próximos dias”.
Em nota, o governo chavista afirmou que as decisões “refletem a vontade inabalável de defender a soberania nacional” e de contribuir para a construção de uma “nova ordem mundial baseada na justiça, solidariedade e inclusão”.
Como parte da reorientação diplomática, Caracas confirmou ainda a abertura de novas embaixadas no Zimbabué e no Burkina Faso, com o objetivo de reforçar os laços históricos com o continente africano e impulsionar projetos de cooperação nas áreas da agricultura, energia, educação e mineração.
A decisão surge num contexto de tensões com os Estados Unidos, que aumentaram após o deslocamento de forças militares norte-americanas para o Caribe, numa operação que Washington classifica como combate ao tráfico de drogas. O governo venezuelano, por sua vez, denuncia a ação como “uma tentativa de desestabilização e mudança de regime”.
Desde as eleições presidenciais de julho de 2024, em que Maduro foi declarado vencedor, a Venezuela já cortou relações com vários países latino-americanos que contestaram o resultado, incluindo Argentina, Chile e Peru.
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