Manaus – Uma operação de fiscalização conduzida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) no município de Borba, resultou na aplicação de uma multa de R$ 24,35 milhões a um posseiro. A sanção é a maior já imposta pelo órgão em 2025 e decorre da identificação do maior desmatamento do ano no estado, abrangendo uma área de 2.345 hectares de floresta nativa. A devastação ocorreu dentro do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Trocanã.
A ação do Ipaam foi desencadeada após o recebimento de denúncias sobre a atividade ilegal. A equipe de fiscalização, com o apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAbm) da Polícia Militar, constatou a derrubada de árvores, queimadas e a criação de áreas abertas, indicando a possível destinação da área para a criação de gado de corte. A área degradada equivale a mais de dois mil campos de futebol.
Antes da chegada da equipe ao local, o Ipaam já havia realizado um embargo preventivo da área, utilizando informações fornecidas pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP). O embargo foi aplicado após a identificação, por meio de imagens de satélite, de indícios de supressão de vegetação na região, demonstrando a atuação preventiva do instituto.
Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam, enfatizou que a ação reforça o compromisso do governo do Amazonas com o combate aos crimes ambientais e o uso sustentável dos recursos naturais. “O desmatamento ilegal será tratado com o máximo rigor. Essa multa demonstra que o Estado não compactua com práticas criminosas que colocam em risco o patrimônio ambiental do Amazonas”, declarou Picanço.
Além da multa, foi lavrado um termo de embargo e interdição da área degradada. Marcelo Barroncas, gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, destacou a importância da integração entre os órgãos ambientais e de segurança para o sucesso da operação. “Contamos também com o apoio da Polícia Militar de Borba e da Casa Civil do Estado, o que garantiu a efetividade da ação e a segurança da equipe durante o deslocamento e as inspeções”, explicou Barroncas.
Os ilícitos identificados configuram infrações previstas no Decreto Federal nº 6.514/2008, que estabelece as sanções aplicáveis por crimes contra a flora, incluindo a destruição e o dano à vegetação nativa. O infrator tem 20 dias, a contar da notificação, para apresentar defesa administrativa ou efetuar o pagamento da multa.
Durante a operação, os fiscais do Ipaam e do BPAmb percorreram cerca de 430 quilômetros, enfrentando condições climáticas adversas durante o trajeto pelo rio Madeira até o local da fiscalização.
O Ipaam disponibiliza um canal exclusivo para o recebimento de denúncias de crimes ambientais, por meio do WhatsApp (92) 98557-9454, vinculado à Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa). As operações de combate ao desmatamento e demais ilícitos ambientais serão intensificadas, com foco na proteção da fauna, da flora e dos recursos naturais do Amazonas.
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