Um indígena Guarani Kaiowá foi morto durante um ataque armado à retomada Pyelito Kue, localizada no município de Iguatemi, no sul do Mato Grosso do Sul. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) confirmou o ocorrido, manifestando profundo pesar pelo crime e classificando o assassinato como inaceitável.
Equipes foram mobilizadas para acompanhar as investigações e articular ações com órgãos de segurança pública.
A vítima foi identificada como Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá, de 36 anos, que foi atingido por um tiro na cabeça durante a ação de cerca de 20 homens armados que invadiram a área por volta das 4h da manhã.
Além da morte, outros quatro indígenas, incluindo adolescentes e uma mulher, ficaram feridos por arma de fogo ou balas de borracha. A comunidade relatou que os autores do ataque tentaram levar o corpo de Vicente, mas foram impedidos pelos indígenas.
Relatos enviados à Funai indicam que os criminosos cercaram a comunidade e bloquearam o acesso à área, inclusive destruindo uma ponte. Servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) também foram mobilizados.
A escalada recente de retomadas no sul do estado está relacionada à tentativa dos indígenas de frear a pulverização de agrotóxicos, que tem afetado a saúde e a segurança alimentar das aldeias.
A retomada de Pyelito Kue está localizada na Terra Indígena Iguatemipeguá I, cujo Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação (RCID) foi publicado pela Funai em 2013, com área de 41,5 mil hectares. A comunidade afirma esperar há cerca de 40 anos pela conclusão do processo demarcatório.
A Funai ressalta que a morte do indígena Guarani Kaiowá acontece em um momento em que a importância dos povos indígenas para a mitigação climática é amplamente discutida.
No dia 3 de novembro, foi instituído um Grupo de Trabalho Técnico (GTT) para reunir informações e contribuir com a mediação de conflitos fundiários envolvendo os povos indígenas no sul do Mato Grosso do Sul. A iniciativa envolve o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br


