Na vasta e exuberante Amazônia, lar de lendas e da maior bacia hidrográfica do mundo, encontra-se uma riqueza de alimentos com propriedades únicas e benefícios para a saúde. Frutas, raízes e sementes nativas da região estão ganhando destaque tanto na culinária quanto no campo da nutrição, impulsionando a valorização da biodiversidade e a agricultura regenerativa.
Um exemplo notável é o camu-camu, pequeno fruto que se destaca por seu altíssimo teor de vitamina C, superando em até 30 vezes a quantidade encontrada na laranja. Ingredientes como o guaraná e o cacau amazônico também vêm sendo utilizados no desenvolvimento de suplementos com alta tecnologia, demonstrando o potencial da região para o mercado de alimentos funcionais.
Chefs renomados como Saulo Jennings, embaixador gastronômico da ONU, ressaltam a importância de valorizar os alimentos nativos como forma de conservar o bioma amazônico. A chef Bel Coelho, autora do livro “Floresta na Boca”, destaca que a cultura alimentar é uma ferramenta essencial para o cuidado com o meio ambiente, defendendo a preservação dos saberes e da interação dos povos da floresta com a natureza.
Além do valor nutricional, os alimentos da Amazônia oferecem a oportunidade de diversificar a dieta e fortalecer a agricultura regenerativa. A seguir, confira sete exemplos de alimentos amazônicos e seus benefícios para a saúde:
Mandioca: Raiz versátil e fundamental na culinária amazônica, a mandioca é fonte de carboidratos e oferece diversas opções de preparo, como farinhas, tapioca e tucupi. Estudos apontam que a mandioca contém compostos fenólicos, amido resistente e fruto-oligossacarídeos, que atuam como prebióticos, favorecendo a saúde intestinal, a imunidade e o humor.
Castanha-do-Pará: Conhecida por ser uma das maiores fontes de selênio, mineral com potente ação antioxidante, a castanha-do-pará tem efeitos anti-inflamatórios e pode auxiliar no processo de perda de peso, aumentando a sensação de saciedade e protegendo o organismo contra doenças cardiovasculares e artrite.
Guaraná: Fruto energético e rico em compostos bioativos como catequinas e xantinas, o guaraná tem sido associado ao controle do colesterol e da pressão arterial, além de apresentar propriedades neuroprotetoras e energéticas. Povos indígenas utilizam o guaraná há séculos para aumentar a disposição e a resistência física.
Açaí: Fruto símbolo da Amazônia, o açaí é considerado um “mood food”, contribuindo para o bem-estar mental. Rico em antocianinas, pigmentos com ação antioxidante e anti-inflamatória, o açaí protege as células e auxilia na regulação do humor.
Tucumã: Pequeno fruto com polpa amarela e rica em betacaroteno, precursor da vitamina A, o tucumã é um alimento presente no dia a dia da população amazônica. A vitamina A é importante para a visão, a imunidade e os ossos.
Cacau: Originário da América Central, mas com ocorrência natural na Amazônia, o cacau é a base do chocolate e possui trunfos nutricionais. A casca da semente é rica em flavonoides, que modulam a inflamação ligada a doenças neurodegenerativas. O cacaueiro também tem se destacado como vetor da bioeconomia regenerativa.
Cupuaçu: Fruto grande e aromático, o cupuaçu é uma variante do cupuí, selecionada e cruzada pelos povos originários ao longo de milhares de anos. Fonte de polifenóis e compostos aromáticos, o cupuaçu está ligado à saúde cardiovascular. Sua polpa é utilizada para fazer suco, enquanto as amêndoas dão origem ao cupulate, um primo do chocolate.
Fonte: saude.abril.com.br


