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Corpo de Bombeiros implementa novo protocolo de saúde com câmara hiperbárica para mergulhadores da corporação

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O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) deu início, neste mês, a um protocolo de saúde por meio de câmara hiperbárica para os bombeiros militares que atendem as ocorrências de mergulho. A ideia é resguardar a saúde desses profissionais, que pela atuação constante em mergulho em águas profundas de nossa região, ficam expostos a diversas doenças ocasionadas pela descompressão, uma etapa da atividade.

De acordo com o comandante-geral do CBMAM, Coronel BM Danízio Valente, o procedimento faz parte de um trabalho de monitoramento iniciado no ano passado. “Com a chegada do tenente médico cardiologista (Luiz César Clos), planejamos um acompanhamento específico para os mergulhadores devido à exposição durante os atendimentos das ocorrências. É uma atividade que exige concentração e, principalmente, estar com a saúde em dia”, destacou o coronel Danízio.

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O instrutor de mergulho do CBMAM, major BM Ricardo Rocha, explica que, durante a atividade de mergulho autônomo, o organismo é submetido a diversas pressões e variações de volume. “No mergulho, à medida em que o militar desce, a pressão vai aumentando gradativamente. Por exemplo: A cada 10 metros que ele desce ao nível do mar, aumenta mais uma atmosfera. Conforme a descida, maior é a pressão e menor o volume de ar no pulmão”, explica o bombeiro mergulhador.

Devido a essas variações de pressão, o mergulhador pode sentir os efeitos dessa atividade como ainda explica o oficial superior, major Ricardo. “Existem os efeitos diretos e os efeitos indiretos. A câmara hiperbárica é basicamente para trabalhar nos efeitos indiretos. Em uma situação hipotética, se eu tiver uma cárie, for descer 10 metros de profundidade e acumular uma bolha de ar no meu dente, ao voltar à superfície, essa bolha aumentará e a dor de dente também. Neste caso, teria um barotrauma, que não seria resolvido pela câmara hiperbárica, visto que essa dor no dente é um efeito direto e não indireto”, informou major Ricardo.

O instrutor explica que a câmara hiperbárica é utilizada para retirar grande quantidade de nitrogênio que se acumula no organismo durante o mergulho. “O mergulhador, durante a ocorrência, não respira oxigênio puro. Ele respira ar, que é composto por 72% de nitrogênio e 18% de oxigênio. Todos nós temos uma pequena quantidade de nitrogênio no nosso organismo e que não faz mal. Acontece que quando estamos submetidos a grandes pressões, esse nitrogênio também acumula-se no nosso organismo em grandes quantidades”, acrescentou o oficial.

O tenente BM médico e cardiologista Luiz César Clos alerta para a necessidade de realizar esse tipo de procedimento. “Nosso protocolo exige que esses militares sejam submetidos a exames e o tratamento em uma câmara hiperbárica para eliminar o nitrogênio. Pois, durante a atividade de mergulho, eles (bombeiros mergulhadores) acumulam grande quantidade dessa substância no organismo. É importante que esses mergulhadores realizem esse exame. Esse nitrogênio, com o tempo, começa a se acumular na corrente sanguínea, formando êmbolos gasosos, gerando sequelas e até podendo levar ao óbito, por isso, a necessidade de fazer esse procedimento duas vezes ao ano”, alertou o tenente especialista.

Caso ocorra um acidente, o instrutor explica que o equipamento hospitalar pode ajudar na recuperação do mergulhador. “Se o mergulhador sair bruscamente de uma pressão, a bolha de nitrogênio aumenta e ele pode sentir dor. Por isso, ele vai para a câmara hiperbárica. O médico vai perguntar em que pressão ele estava para poder fazer a simulação das paradas para respirar e eliminar o nitrogênio. A própria câmara vai eliminando a pressão aos poucos e o mergulhador, respirando devagar, vai conseguir eliminar todo o nitrogênio que ficou acumulado”, conta major Ricardo.

Normas de mergulho – Mesmo com o novo acompanhamento médico, os bombeiros militares que atuam nas buscas submersas respeitam rigorosamente as normas das tabelas de mergulho. “Nós trabalhamos c

om as tabelas de mergulho. Por exemplo, se eu vou descer a uma profundidade de 20 metros, eu tenho um tempo limite para permanecer nesse ambiente porque é o período que o corpo permite ficar imerso sem causar acúmulo dessa substância no organismo. Assim, posso subir para a superfície e não ter dano algum. Mas se eu ultrapassar o tempo estabelecido, terei que subir aos poucos, parando em determinadas profundidades e respirando para eliminar esse nitrogênio na nova pressão, pois o nitrogênio só é eliminado por meio da respiração. Dependendo da profundidade, as paradas podem demorar horas, por isso não compensa passar do tempo limite. O ideal é respeitar o tempo de cada profundidade conforme a tabela de mergulho, fazer as buscas e subir com segurança”, orientou.

Fotos: Divulgação/CBMAM

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