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Setor do Turismo estima recuperação apenas em 2021 devido à pandemia

Passageiros e funcionários circulam vestindo máscaras contra o novo coronavírus (Covid-19) no Aeroporto Internacional Tom Jobim- Rio Galeão
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Mais da metade das empresas ligadas ao setor do turismo avaliam que a recuperação das atividades ocorra apenas em 2021 em decorrência da pandemia do novo coronavírus. 19% delas acreditam que a retomada pode ser realizada ainda este ano. Para 12%, o setor só vai reagir a partir de 2022, 3% consideram os danos irreversíveis.

Os dados são da pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Observatórios de Turismo com empresários do ramo. A sondagem ouviu diversas áreas ligadas ao setor, como hospedagem, alimentação, agências de turismo e produtora de eventos em 15 estados.

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A empresária Mercia Krema, proprietária de uma pousada em Pirenópoles (Goiás), afirma que precisou demitir grande parte dos trabalhadores neste mês por causa da crise.

“Realmente esse problema do coronavírus está afetado todas as coisas de turismo, a começar pelas companhias aéreas, hotéis. Nós estamos com nosso hotel fechado há 100 dias, sem perspectiva de abertura. O prefeito de Pirenópolis tinha garantido que em 1º de julho nós começaríamos, mas de repente voltou atrás. É uma coisa muito difícil. Hoje eu tive, inclusive, que fazer uma demissão dos meus 170 funcionários. Uma coisa muito dolorosa para mim”, conta.


          
A pesquisa aponta que as demissões no setor foram recorrentes: 44% dos entrevistados afirmaram que houve demissões no período.

A coordenadora da pesquisa e professora da Universidade Federal do Paraná, Juliana Medaglia, fala que a maior parte das demissões estão nos meios de hospedagem e no setor de alimentação.

“A maior parte aconteceu predominantemente em dois setores: primeiro, nos meios de hospedagem. Não há outro serviço a se prestar, pois não há turistas, os hotéis foram obrigados a fechar. E depois, a área de alimentos e bebidas. Onde não há turistas, não há consumo, então essas empresas também demitiram. Outro aspecto que chama a atenção nessa questão das demissões é que as empresas de porte maior demitiram mais que as menores”, comenta.

A pesquisa indica que o impacto maior ocorreu no mês de abril, com queda do faturamento variando de 75 a 100% dos entrevistados. Grande parte do setor é formado por pequenas e microempresas.

Juliana Medaglia afirma que para essas empresas o grande entrave vem da necessidade de financiamento frente a crise.

“As ações mais indicadas e combinadas são concessão de crédito e redução de imposto. O que chama a atenção da gente nos resultados da pesquisa é que aqueles que mencionam que indicam a necessidade de crédito são na maioria microempresas e empreendedores individuais. E essas são as que precisam de mais crédito e as que têm menos capital de giro para se manter no mercado durante a crise”, explica.

No mês de maio, o governo federal anunciou R$ 5 bilhões de crédito para o setor através do Fundo Geral do Turismo. A Organização Mundial do Turismo prevê uma queda de 60% a 80% no número de turistas internacionais em 2020.

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