Na Câmara, liderança deve ficar com grupo vencedor e pode haver debandada; partido tem sofrido “bolsonarização”
Em debates públicos nesta semana, reta final das prévias do PSDB, o ex-ministro e ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio, que disputa a vaga de candidato à Presidência pelo partido, defendeu o fim da “bolsonarização” dos tucanos e pediu para os seus concorrentes, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP), que se comprometessem publicamente a não deixar o partido.
As falas de Virgílio escancaram o racha no partido. O resultado das prévias terá impacto não somente nas eeições presidenciais de 2022, mas também no futuro das bancadas na Câmara e no Senado e, consequentemente, do partido. https://590a406123db747e6ea1f7b430b66bd5.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Na Câmara, tem causado incômodo o comportamento de cerca de metade na bancada que tem votado mais com o governo, o que é surpreendente para um partido que passou recentemente de independente para oposição. Na votação da PEC dos Precatórios, apenas 11 da bancada de 32 votaram contra a proposta. Para o voto impresso, assunto que tem a digital de Bolsonaro, 14 votaram sim.
Trata-se do resultado de uma clara divisão interna entre dois grupos, de uma lado deputados que apoiam Doria e de outro os que apoiam Leite, liderados por Aécio Neves (MG). O resultado das prévias terá impacto certo sobre a escolha no novo líder do partido, o atual, Rodrigo de Castro (MG), é do grupo de Aécio e apoia Leite nas prévias. Se Leite vencer, a liderança deve ficar com os aecistas. Se o vitorioso for Doria, é esperada uma dança de cadeiras na liderança e pode ocorrer ainda uma possível debandada dos tucanos que têm votado com o governo na janela partidária.