Preços da indústria subiram em 17 das 24 atividades no quinto mês seguido de desaceleração, aponta IBGE
O IPP (Índice de Preços ao Produtor) subiu 1,31% em novembro, resultado que representa uma desaceleração em relação à alta registrada em outubro (2,26%), de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o quinto mês seguido de alta em ritmo menor, a inflação “na porta da fábrica” acumula alta de 28,36% no ano e de 28,86% nos últimos 12 meses.
A pesquisa mede a variação dos preços de produtos na indústria, sem impostos nem frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 17 tiveram variações positivas em novembro.
As maiores influências sobre a alta do IPP em novembro partiram das áreas de refino de petróleo e produtos de álcool (0,71 ponto percentual), outros produtos químicos (0,47 p.p.) e indústrias extrativas (-0,31 p.p.).
Manuel Campos Souza Neto, gerente responsável pelo índice, afirma que os setores com maior impacto no IPP de novembro sofreram influência do comércio internacional. “Os derivados do petróleo em razão dos aumentos do óleo bruto durante o ano, apesar da queda neste mês, e o setor extrativo devido a uma queda muito grande no preço do minério de ferro”, explica.
A pesquisa mostra que os derivados de petróleo e álcool aumentaram 6,63% no mês, 14,26% no último bimestre e chegaram a 71,04% no acumulado do ano e 80,13% em 12 meses. O setor químico teve a segunda maior variação positiva, de 4,9%. Já o setor extrativo foi por outro caminho, com queda de 5,21%.
Neto destaca que, em março, o setor extrativo acumulava alta de 136,25% em 12 meses. O mesmo indicador caiu para 29,17% em novembro, queda de mais de 100 pontos percentuais devido à redução do preço do minério de ferro. Ele afirma que a retração da demanda da China, que fechou várias siderúrgicas, explica o movimento.
“O setor de petróleo é afetado pela redução da oferta do óleo bruto de petróleo, com elevação de preços em todo o mundo. O combustível não tem apresentado alta só no Brasil. Vários países têm sofrido aumentos até maiores. Já o setor químico sofre muito a influência dos custos dos insumos, especialmente a parte de adubos, que tem tido aumento de preços internacionais”, afirma ele.