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Volta às aulas com inflação alta leva pais a pesquisar preços

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Enquanto o consumidor visa o menor preço no centro de Manaus, os pequenos comerciantes aguardam para investir e as grandes lojas esperam saldo positivo

Manaus (AM) –  Com a volta às aulas, pais e responsáveis correm para as famosas compras de materiais escolares, com a chegada do ano letivo. A expectativa de encontrar preços menores toma conta dos clientes, que percorrem as ruas do Centro da capital amazonense, na maratona de pesquisa de preços.

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“Entrei em duas livrarias. Numa, encontrei um caderno de doze matérias com valor de R$: 9,90 e na outra, só porque tinha uns desenhos na capa, um do mesmo tamanho, custava R$: 26,00. Eu fiquei besta. Sinto muito, mas a coisa não está para comprar caderno com foto de bichinho, não. Está para a gente economizar. Comprei o primeiro”, fala a dona de casa Margarida Gomes, de 37 anos, que estava com a lista de material da filha, uma adolescente de 12 anos, em mãos.

Outra que procura economia é a autônoma Rosana Sales, 34 anos. Com os olhos atentos na prateleira de uma loja de variedades e preços anotados, ela comemora as compras realizadas. “Até o momento estou achando em conta, aqui. Fora os produtos diversos e acho que vou conseguir levar para casa uns dois cadernos como meu filho queria e num preço bacana”, afirma.

Porém, o autônomo Anderson Batista, 45 anos, não tem a mesma opinião. “Está tudo caro. Não sei se porque venderam mal ano passado e querem recuperar esse ano, mas vou continuar andando pelas livrarias, lojas e tal, porque tenho uma lista enorme”, diz.

A preocupação do consumidor em conseguir preços acessíveis, este ano, tem fundamento. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o reajuste pode chegar a 30%. “Para 2022, temos reajustes elevados em todas as categorias de materiais escolares, variando de 15% a 30%, em média”, diz o presidente da ABFIAE, Sidnei Bergamaschi. Ainda de acordo com ele, os reajustes em matéria prima e os impactos da variação do dólar, são alguns dos responsáveis pelos aumentos de preços.

“Aumentos elevados e frequentes nas diversas matérias-primas como, por exemplo, papel, papelão, plástico, químicos, embalagem, etc. Para os produtos importados, os principais impactos são a variação do dólar no Brasil, os aumentos de custos na Ásia e a elevação dos preços de fretes internacionais, decorrente da falta de containers. Além disso, as medidas antidumping para importações de lápis da China, adotadas pelo governo brasileiro este ano, aumentaram os custos na categoria de lápis”, afirma.

Se por um lado, a preocupação do consumidor é grande com os aumentos, quem trabalha, por exemplo, nas bancas do Centro de Manaus, espera a intensificação da procura pelos materiais escolares, no início de fevereiro, para começar a investir em produtos, por medo do aumento de casos de Covid – 19, recentemente. 

Este é o caso da comerciante Ana Maria, 52 anos, que tem sua banca na rua Quintino Bocaiúva. Segundo ela, o medo das notícias sobre a pandemia tem feito os pequenos comerciantes ficarem atentos para investir ou não em produtos.

“Estamos aguardando, para não ocorrer com a gente o que aconteceu ano passado. Aumentou o número de casos de Covid-19, tem essa variante e o pessoal tem relaxado muito com prevenção. Então, a gente não vai investir para, depois, ‘fecha o Centro’ e ficamos no prejuízo. Vamos esperar final do mês e ver se o pessoal ter consciência se usar máscara, não trazer criança sem máscara e baixa isso de novo, investimos. Quem se prejudica são os alunos que querem estudar”, disse.

A vizinha de banca dela, a vendedora Suzana Pereira, 18 anos, disse que, mesmo com os receios dos pequenos comerciantes, é necessário vender o material que já foi adquirido. “Realmente, estamos com esse medo. Só que, aqui, minha patroa investiu. Eu estou investindo tempo. Queremos oferecer algo de qualidade com bons produtos. Então, estamos na expectativa que tudo dê certo”, comenta.

Lojas esperam realizar vendas

Diferente do que ocorreu ano passado, as lojas de grande porte esperam que o resultado das vendas de material escolar seja positivo, este ano. Felipe Sanches é gerente de uma unidade da Tropical Multiloja, ainda no Centro de Manaus. Segundo ele, a empresa trabalha com antecipação a questão da venda de materiais.

“Ano passado, foi um ano atípico. A gente se preparou muito e a pandemia acabou fechando o comércio. Para esse ano, nossa expectativa é totalmente positiva. Acreditamos que as escolas já vão retomar com todos os padrões de segurança e aproveitamos o que já havíamos trabalhado um pouco no ano passado, algumas sobras de estoque e fomos complementando com novidades e, até mesmo, com produtos que a gente sabe que gira bem. Então, nossa expectativa é que, esse cliente do ano passado, que ficou em casa, venha na loja para escolher em mãos sua lista … Não conseguimos ponderar uma espécie de crescimento, mas o cliente vem procurando isso, desde dezembro. Nossa primeira lista apareceu em novembro. Nosso crescimento de fluxo é de 30% a 40% e deve se reverter em 10% de venda”, comenta.

A afirmação do gerente vai de encontro as expectativas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM). O presidente do órgão, Ralph Assayag, espera que o cenário possa ser diferente do ocorrido em 2021.

“Esse ano a expectativa é grande. Todo mundo comprou bastante. Tem muito material escolar para ser vendido. Esperamos, realmente, que voltem as aulas no momento certo. Mesmo com toda a situação da nova variante do Covid, acredito que todos os professores já foram vacinados. Os que não foram é porque não querem. Então, acredito que, agora, está na hora da gente começar de novo com o pé direito, as lojas, tudo acontecendo … tem inclusive parcelamento para quem vai parcelar livros e cadernos escolares e tudo … Acredito que devemos ter um crescimento de 50% ou um pouco mais, porque tínhamos fechado as lojas e não teve aula. A gente chama que o natal das lojas de material escolar é agora, janeiro e fevereiro”, explica.

Orientação

Enquanto isso é importante recordar itens que não podem ser exigidos do consumidor na lista de material escolar. De acordo com o Programa Estadual de Defesa do Consumidor (Procon/AM), a lista engloba: álcool em gel e líquido, algodão, argila, balde de praia, bolas de sopro, bastão de cola quente, balões, caneta hidrográfica permanente, canudinho, caneta para lousa, cola, cartolina, carimbo, copos, prato, talheres descartáveis, cordão, creme dental, pen drives, dentre outros.  O órgão também disponibiliza um e-mail para denúncias: fiscalizacaoprocon@proconam.gov.br , número: 0800 092 1512, 3215-4009 e 3215-4012.

Além das redes sociais do órgão, Instagram: @procon_amazonas e Facebook: Procon Amazonas. 

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