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Desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos e estudo prevê reflorestamento total em 20 anos

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O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) afirmou ao Em Tempo que fiscaliza crimes ambientais, incluindo desmatamento, por meio de ações de campo e monitoramento remoto

Manaus (AM) – Se as Nações Unidas escolheram a década de 2020 a 2030 para ser a ‘década da restauração’ das florestas, a realidade tem ido na contramão na região amazônica. O desmatamento na Amazônia, nos últimos 12 meses, foi o maior nos últimos 15 anos. O levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado na quarta-feira (17), acende um alerta para a proteção do ecossistema.

A notícia é ainda pior quando um estudo, publicado pela revista Science Advances, diz que são necessários 20 anos para que uma floresta tropical seja recuperada. A área afetada, segundo o Imazon, corresponde a quase 11 mil km², ou seja, corresponde a sete vezes a cidade de São Paulo.

O recorte foi feito de agosto de 2021 a julho de 2022 e o órgão informou ainda que a área devastada supera 3% da área de desmatamento comparada ao período anterior (2020 a 2021).

De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, esta foi a segunda vez consecutiva que o desmatamento ultrapassou 10 mil km². Desde a primeira vez que o órgão iniciou as fiscalizações em 2008, essa foi a quarta vez seguida que a devastação da floresta atingiu o maior patamar.

Para o combate ao desmatamento e degradação das florestas na Amazônia, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) afirmou ao Em Tempo, nesta quinta-feira (18), que fiscaliza crimes ambientais, incluindo desmatamento, por meio de ações de campo e monitoramento remoto. Estes, são gerados a partir do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) do órgão.

De acordo com a entidade, infratores que insistem na destruição das florestas realizando desmatamento ilegal e criminoso são multados pelo órgão, além de receberem penalidades – sendo uma delas o reflorestamento da área afetada, que conta com acompanhamento de fiscais durante o processo.

“Quando é identificado o agente que causa o desmatamento, é aplicado o Auto de Infração, o Embargo, e é dado um prazo de 30 dias para o infrator recorrer dessa multa e do embargo. A partir daí é aberto um processo administrativo onde serão apresentadas as defesas, que passam pelo setor jurídico em tempo que não pode ser determinado, pois depende da defesa do infrator e do fluxo do processo”,

afirma o Ipaam.

Tempo necessário para o reflorestamento

Para o reflorestamento acontecer de fato, o instituto garante que “durante a defesa, o órgão ambiental solicita a apresentação de um Plano de Recuperação de Área Degradada que será avaliado por um responsável do órgão. Depois de aprovado, o infrator deve executar o projeto no prazo de 30 a 60 dias, que inicia com plantio e acompanhamento. O início do cultivo é variável. Após iniciado, o plantio deve ser acompanhado por cerca de três a cinco anos. Depois desse prazo a floresta se recupera naturalmente”.

Além do Ipaam, há outras entidades competentes que também realizam a fiscalização para o combate ao desmatamento e recuperação de ecossistemas naturais. Estes, por sua vez, são de competência federal, dos estados e dos municípios, como as secretarias de meio ambiente e Ibama.

Em 2019, o estudo publicado na revista Science Advances ainda afirma que, para que a mata volte a ser e conter as plantas e organismos originais, pode levar séculos até que haja a total restauração.

O professor e doutor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), Pedro Brancalion, adverte que “na verdade, não sabemos se isso um dia será possível, porque nem sempre temos ideia da real diversidade que existia em muitas áreas desmatadas”.

Maiara Ribeiro

Fonte: em tempo

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