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Unimed recebe denúncias por falta de pagamento a clínicas de atendimento e tratamentos podem ser suspensos

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Alguns pais estão com medo de perder o tratamento de seus filhos. O Em tempo entrou em contato com a Unimed Fama Manaus, mas até o fechamento da matéria, não houve resposta

Manaus (AM) – Mais de 30 crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão sendo afetadas pela falta de pagamento da Unimed Fama, e outras redes de plano de saúde, a várias clínicas particulares há seis meses. A denúncia aconteceu, nesta quarta-feira (26), por uma das clínicas credenciadas e especializada em atendimento para crianças autistas. Segundo a proprietária, a Unimed Fama Manaus não responde os protocolos ou qualquer solicitação sobre o assunto, deixando os pacientes “a ver navios” e os profissionais apreensivos, pensando em parar os tratamentos.

A proprietária da Clínica Egues, especializada em terapia ocupacional, afirma que há cinco meses a Unimed Fama não realiza o pagamento do tratamento para os pacientes. No entanto, eles não podem interromper a continuação deste para que as crianças não sejam prejudicadas em seus progressos de desenvolvimento.

“Tentamos fazer notificação extrajudicial, sem resposta do plano. Mandamos e-mail, sem sucesso. Presencialmente, o financeiro se nega a atender os responsáveis da clínica e agora vamos tentar de forma judicial. Pediram o prazo para enviar até hoje uma proposta de negociação e até o momento não enviaram”, comenta a terapeuta ocupacional,  

Jessianny Egues.

“Todas as crianças, sem exceção, estão sendo atendidas. As terapias são um tratamento contínuo onde não pode haver interrupção. Por esse motivo, tentamos de todas as formas manter”,

afirma a especialista.

A profissional ainda explica que os pacientes não podem ser transferidos para a rede pública porque não há profissionais especializados nessa área e o Estado apresenta escassez quanto ao atendimento e tratamento a autistas.

Pais relatam desespero e humilhação

Alguns pais estão com medo de perder o tratamento de seus filhos e afirmam que a situação beira o desespero, principalmente pela escassez de profissionais em Manaus. Algumas mães chegaram a relatar que a Unimed Fama envia as crianças para todos os tipos de clínica da cidade, mas elas não são compatíveis para cuidar dos pacientes.

A pedagoga Marcia Pereira é mãe do Nicolas, de 8 anos. Nicolas foi diagnosticado como autista severo e não conseguia falar. Há dois meses, Márcia afirma que ele conseguiu pronunciar as primeiras palavras e mesmo sendo um momento de alegria para a família, a situação também é de desespero por causa do transtorno de pensar que o tratamento será interrompido devido à falta de pagamento para a clínica onde ele é atendido.

“Eu posso dizer que, hoje, o sentimento é de desespero com relação ao tratamento dele, porque a Unimed não tem realizado o pagamento das terapias e, consequentemente, as clínicas estão suspendendo o tratamento. Como mãe de uma criança autista, estou numa mistura de alegria e desespero da suspensão do tratamento dele. A Unimed tenta enviar as crianças para tais clínicas credenciadas que não têm tratamento adequado”,

afirma a mãe de Nicolas.

As mães das crianças afirmam também que alguns tratamentos foram conseguidos em forma de liminar judicial e outras conseguiram de maneira administrativa. Neste último caso, as dificuldades são ainda maiores para resolução do problema. Marcia Pereira relata que se houver interrupção do tratamento de seu filho, a mesma deve procurar todos os meios de continuar mesmo, sem condições de arcar com todo o tratamento.

“Eu, no ápice do desespero, penso em trabalhar manhã, tarde e noite, finais de semana, férias, para custear metade do tratamento de meu filho. Hoje, com salário de pedagoga, não consigo custear nem metade. As medidas jurídicas já foram tomadas, nosso advogado já entrou com processo para solicitar pagamento para que possa ser dado continuidade nas terapias. Dei entrada em protocolos na ANS (Agência Nacional de Saúde), Procon, Sac Unimed, e-mail e só nos dizem que não podem fazer nada”,

afirma.

Tratamento caro

Segundo as mães, o pagamento mensal do plano de saúde custa de R$ 300 a R$ 1.000 e não pode atrasar. Mas a empresa não está cumprindo com a sua responsabilidade ao interromper o pagamento às clínicas credenciadas que podem oferecer o serviço aos pacientes. Logo, a operadora está enviando as crianças para qualquer clínica que não tem especialidade no tratamento.

“A folha de gasto por beneficiário varia de R$ 5 a 20 mil. Como é um acompanhamento caro, a operadora se recusa, querendo nos jogar para a credenciada, que não é especializada, mas é uma mão-de-obra mais barata. Esse valor cairia para mais de 50%, por isso a reluta da operadora”,afirma uma mãe, que preferiu não ser identificada.

“Fora os profissionais que dizem que é falta de educação [das crianças], pulso e até falta de surra. Essa palavra que escutei de um credenciado: ‘Falta de muita surra’”,lamentou outra mãe.

O Em tempo entrou em contato com a Unimed Fama Manaus, mas até o fechamento da matéria, não houve resposta. Além desta, a operadora de saúde Samel também está incluída no relato da clínica especializada, mas a operadora informou por meio de nota que a informação não procede com a política da empresa. Leia a nota:

“A Samel não vai emitir uma nota oficial sobre o caso, porém, comunica que a informação não procede e ressalta que mantém, em sua unidade da Avenida Getúlio Vargas, o Centro de Terapias Complementares, onde os atendimentos estão sendo realizados normalmente, bem como nas clínicas externas conveniadas, cujo processo de recebimento está em dia, seguindo o fluxo normal”,afirma a empresa.

Já as mães dos pacientes afirmam que, mesmo sem fornecimento do serviço, a Unimed Fama Manaus, que até o momento é o maior problema, realizou reajuste nos planos de saúde, sendo aumentado em até 25%. Com isso, alegam ainda que se sentem “humilhadas pela forma como a prestadora de serviços está agindo”Elas admitem que, mesmo passando por tudo isso, se sentem amparadas umas pelas outras por não estarem sozinhas lutando pelo direito de seus filhos.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Maiara Ribeiro 

fonte: Em Tempo

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