Um tipo raro de alergia à carne vermelha, desencadeada pela picada de um carrapato específico, tem gerado crescente preocupação entre especialistas em alergia e imunologia. A condição, conhecida como síndrome alfa-gal, provoca reações alérgicas após o consumo de carne de mamíferos, como carne bovina, suína e de cordeiro.
A síndrome alfa-gal é desencadeada pela sensibilização ao alfa-galactose, um carboidrato presente na maioria dos mamíferos, exceto em humanos e alguns primatas. Acredita-se que a picada do carrapato, ao injetar saliva contendo alfa-gal na corrente sanguínea humana, possa levar o sistema imunológico a produzir anticorpos contra essa substância. Como resultado, o indivíduo passa a desenvolver uma reação alérgica ao consumir carne vermelha, que também contém alfa-gal.
Os sintomas da alergia à carne podem variar amplamente, desde urticária e coceira até problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. Em casos mais graves, a reação alérgica pode levar a anafilaxia, uma emergência médica que requer atendimento imediato.
O diagnóstico da síndrome alfa-gal geralmente envolve a avaliação dos sintomas do paciente, juntamente com testes de sangue para detectar a presença de anticorpos contra o alfa-galactose. O tratamento para a alergia à carne consiste principalmente em evitar o consumo de carne vermelha. Pacientes com histórico de reações alérgicas graves podem precisar carregar consigo um autoinjetor de epinefrina para usar em caso de emergência.
Ainda não há cura para a síndrome alfa-gal, e a prevenção de picadas de carrapatos é considerada a melhor forma de evitar o desenvolvimento da alergia. Medidas preventivas incluem o uso de repelentes de insetos, roupas de manga comprida e calças ao caminhar em áreas com alta incidência de carrapatos, e a verificação cuidadosa da pele após atividades ao ar livre.
Embora a síndrome alfa-gal ainda seja relativamente rara, especialistas alertam para a importância de estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico caso haja suspeita de alergia à carne, especialmente em indivíduos com histórico de picadas de carrapatos. A conscientização sobre essa condição é fundamental para garantir um diagnóstico precoce e um manejo adequado da alergia, melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Fonte: www.uol.com.br


