“Um trabalho e uma paixão”, diz o artista amazonense que já modelava aos 3 anos
MANAUS – Aos 3 anos, o amazonense Fernando Isaías já cultivava uma paixão pela arte. Apesar do fascínio surgir apenas brincando com massinha, logo a família descobriu que ele tinha potencial e habilidade para algo maior. Hoje, com 19 anos, o artista descobriu que pode utilizar esse potencial para o biscuit.
Em entrevista ao EM TEMPO, a mãe de Fernando, Adria Leite, conta como esse interesse surgiu naturalmente, sem pressão da família – apenas como algo que ele considerava um hobby, antes de virar ocupação.
“Desde os 3 anos de idade, ele já modelava com massinha mesmo, e percebemos que ele tinha um talento. Apenas incentivamos”, explicou a mãe sobre o início precoce da carreira.
Desde esse período, Fernando conta como ainda não tinha gosto profissional pela tarefa, mas que foi desenvolvendo a habilidade e se apegando à modelagem até encontrar outros materiais.
“Graças aos meus pais, que compraram um pequeno saco de biscuit para mim quando eu tinha 13 anos, eu comecei a ver um novo tipo de massa que poderia eternizar alguma escultura que eu fizesse, diferente da massinha”, disse o artista.
Com o apoio, Fernando acabou criando ainda mais gosto pela modelagem e se encontrou dentro dela. Atualmente, ele tem grandes planos para continuar nesse caminho.
“Eu amo fazer o que eu faço, pois tudo que eu modelar, fica eternizado. O que eu mais gosto, principalmente quando vendo minhas esculturas, é saber que posso dar às pessoas algo feito à mão e com sentimento. Vejo modelagem como um trabalho e uma paixão”, revelou.
Técnicas
Apesar de ter um talento natural para a modelagem, Fernando ainda precisou aprimorar o que sabia. E se surpreendeu quando também se descobriu autodidata ao aprender novas técnicas.
“Eu não aprendi com ninguém. Realmente, eu não aprendi com ninguém. Não fiz curso com ninguém, apenas aprendi a fazer. Com algumas técnicas, inclusive, fui me inspirando a partir de algo já existente”, explicou.
E com essas técnicas, ele afirma que dá uma alma diferente para cada arte. “Eu faço tudo a mão. Eu nunca utilizei forma nenhuma ou algo do tipo. Eu simplesmente faço à mão, tanto que eu utilizo alguns ‘esqueletos’ justamente para eternizar a peça e deixar ela estável”.
Arte como terapia
Um dos benefícios que levou Fernando a se interessar cada vez mais pelo trabalho com biscuit, é como essa ocupação o ajudou a superar problemas de saúde, psicológicos e acadêmicos.
“Eu era muito estressado e ansioso, mas quando comecei a modelar e realmente trabalhar com isso, acabou que eu me senti menos ansioso e preocupado para tudo, além de bem mais calmo. Além de ser um trabalho, é também uma ótima terapia”, afirmou.
Por esse motivo, o amazonense tem como objetivo se especializar na área e ingressar em uma faculdade de artes visuais. “Pretendo ser um artesão, criador de peças e modelagens. E em um futuro próximo, quero abrir uma loja para vender minhas peças para o Brasil inteiro. Quero ensinar sobre as minhas experiências para futuros artesãos”.
Nesse caminho, Fernando ainda deixou claro como recebe o apoio da família. “ É um apoio moral, financeiro, psicológico, emocional… eles sempre estão comigo”, finalizou.