Conexão Amazônica
Meio Ambiente

APA do Rio Negro está ameaçada pela expansão imobiliária em Iranduba

Publicidade

A área já perdeu entre 2001 a 2020 mais de 70 mil hectares

Criada por decreto estadual em 1995, a Área de Proteção Ambiental (APA) Margem Direita do Rio Negro, que engloba os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, todos na região metropolitana de Manaus, encontra-se em grande risco e sob graves ameaças ambientais provocadas pela grande expansão populacional na região, principalmente após a inauguração da ponte sobre o Rio Negro, em 2011.

Publicidade

A área, prevista para ter mais de 566 mil hectares e que deveria ser um imenso corredor verde de preservação da fauna e flora amazônica, já perdeu entre 2001 a 2020, mais de 70 mil hectares em áreas desmatadas, entre as quais trechos que atualmente fazem parte das áreas urbanas de Iranduba e Manacapuru, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No caso de Iranduba (a 38 quilômetros de Manaus), o doutor em Ciências da Engenharia Ambiental, mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior, professor da Ufam e integrante do Instituto Piatam, Carlos de Carvalho Freitas, alerta que a situação é mais alarmante por conta dos novos projetos imobiliários, muitos deles sem licenciamento ambiental, e do depósito irregular de lixo, localizado em um ramal da Estrada do Janauari, e portanto, dentro da área da APA.

Com cerca de 50 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Iranduba produz diariamente, cerca de 150 toneladas de resíduos residenciais, comerciais e industriais que tem como destino o lixão e afetam o meio ambiente e a qualidade de vida de centenas de famílias que moram próximo ao local.

“A tendência é que a quantidade de resíduos aumente ainda mais com o crescimento da população e expansão das atividades econômicas em Iranduba. Para onde irão todos esses novos resíduos? O cenário ficará mais urgente e afetará ainda mais os lençóis freáticos, o meio ambiente e a saúde da população se algo não for feito a curto e médio prazo”, avaliou o professor.

Aterro sanitário

Uma das soluções apontadas por Carlos Freitas para recuperar a APA e manter os objetivos de sua criação é a implantação de um aterro sanitário, como o projeto proposto para Iranduba por uma empresa privada e que atualmente está sob análise do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

De acordo com o Freitas, o aterro sanitário – o primeiro do Amazonas que irá funcionar de acordo com todas as legislações ambientais – está baseado no trabalho de uma equipe multidisciplinar de profissionais e possui mecanismos para armazenar os resíduos sem impactos para o solo, o ar, a água, a fauna e a população.

Ainda segundo o especialista, por ser um projeto da iniciativa privada, o aterro sanitário está permanentemente sujeito a fiscalização de órgãos de controle e da própria sociedade, sob pena de pesadas multas ambientais.

“O outro cenário seria deixar a APA continuar sendo atacada como está atualmente. A ecossustentabilidade só pode ser alcançada quando os resíduos são tratados de forma adequada e não sendo despejados no meio ambiente sem nenhum controle ou regulamentação”, acrescentou Freitas.

*Com informações da assessoria

Fonte: em tempo

Publicidade

Leia mais

Ibama combate queimadas e desmatamento em Autazes (AM)

elayne

Comunidades ribeirinhas do Amazonas recebem formação para monitoramento de quelônios

Daly Ruiz

Parque Estadual Sumaúma, em Manaus, terá programação especial no Dia Mundial do Meio Ambiente

elayne

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Entendemos que você está de acordo com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceito Leia mais