Petrus Cartaxo Araujo Sobrinho, vulgo Pisca, é o principal acusado de instigar pessoas para adotar as ameaças à parlamentar nas redes sociais
Fiel depositária de 80 galos resgatados pelo Batalhão Ambiental do Amazonas em uma rinha na zona rural de Manaus, em 27 de janeiro deste ano, a deputada estadual Joana Darc (UB) anunciou, nesta quarta-feira (1º/05), a prisão de 4 envolvidos por prática criminosa de maus-tratos aos animais e, ainda, por ameaçar a integridade física e psicológica da parlamentar nas redes sociais.
Petrus Cartaxo Araujo Sobrinho, vulgo Pisca, é o principal acusado de instigar pessoas para adotar as ameaças à Joana nas redes sociais, incluindo comentários com conotação de morte, ofensas ao trabalho da parlamentar na causa animal, como mulher, mãe e, também, mensagens de ódio ao filho, uma criança com Síndrome de Down.
“Quatro pessoas envolvidas foram presas, pessoas que maltratavam animais e influenciam ameaças contra mim. Ameaças que foram para minha família, estando grávida, inclusive, sofrendo de abuso psicológico em um momento tão delicado para a mulher, que é a gravidez na reta final. A justiça está sendo feita e isso é só o início”, declarou.
Válido ressaltar que, na época, Joana estava grávida e, segundo ela, devido às ameaças que estavam a nível nacional, pois a rinha de galos envolvia pessoas fora do Amazonas, precisou se ausentar mais cedo das atividades parlamentares, entrando de licença-maternidade e sair do país.
Perfil dos envolvidos
Petrus Cartaxo Araújo Sobrinho, vulgo Pisca, Dionedio Conrado da Silva (arbítrio da rinha e presidente da Associação dos Criadores, Preservadores e Expositores de Aves da Raça Mura do Estado do Amazonas), Miller Kalil (rinheiro e sócio de Pisca) e Jeberson Nunes de Sousa Carvalho (proprietário do imóvel disponibilizado para a rinha), vulgo Gansolino, foram presos após um mandado de prisão
A operação foi uma colaboração da Polícia Civil dos estados do Amazonas, Paraíba, Minas Gerais e Roraima, pois todos foram presos em seus respectivos estados.
Segundo o inquérito policial, Pisca foi investigado e preso pelos crimes de incitação ao ódio, apologia ao crime, injúria, ameaça, calúnia, perseguição e violência psicológica contra a mulher, cujo polo passivo está representado pela coletividade e pela deputada do Amazonas Joana Darc, a qual estava sendo atacada diuturnamente pelos suspeitos. Ele foi preso em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa (PB).
Vale ressaltar que Pisca ainda divulgou, por meio de suas redes sociais, um grupo de WhatsApp criado para operacionalizar o resgate do seu galo mais valioso, denominado “Rampage”, com a participação de 948 (novecentos e quarenta e oito) membros, incitando a prática criminosa.
A prisão de Miller Kalil se deu aos eventos de rinha de galo, como sócio de Pisca, ao aparecer em vídeo, por ele próprio divulgado em suas redes sociais, oferecendo uma rifa de um galo dos torneios de rinha de âmbito nacional, pelo valor de 0,80 (oitenta centavos), demonstrando total convicção de impunidade pela participação nos eventos criminosos de rinha de galo. Ele foi preso em Valadares (MG).
Já o arbítrio Dionedio Conrado foi preso, em Manaus (AM), após endossar a sua participação no crime de associação criminosa, maus-tratos aos animais e exploração de jogos de azar. Importante ressaltar que após se apresentar como presidente da Associação, uma investigação foi realizada e constataram que a referida associação não possui registro nos órgãos competentes.
Por sua vez, Gansolino foi preso, em Boa Vista (RR), por associação criminosa, na exploração de jogos de azar e nos maus-tratos ao animais, sendo apontado em denúncia anônima como o proprietário do imóvel onde ocorreu o evento de rinha de galo nos dias 26 e 27/01/2024, posando em fotos.
Relembre o caso
No dia 27 de janeiro de 2024, o Batalhão de Policiamento Ambiental do Amazonas (BPAmb) desmantelou uma rinha nacional de galos no ramal do Pau Rosa, localizado na BR-174, no Amazonas, após uma denúncia anônima à Comissão de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Amazonas (CPAMA-Aleam), presidida pela deputada Joana Darc.
Na operação, mais de 80 galos foram apreendidos e resgatados pelos policiais, resultando na detenção de cerca de 16 ‘rinheiros’. De acordo com informações colhidas no local, os organizadores das rinhas eram de Boa Vista (RR) e cobravam 100 reais por pessoa para a entrada, com apostas mínimas variando de 500 reais a 20 mil reais. Vale lembrar que no local ainda foram encontrados animais mortos, devido a briga em torneios.
Rinha de animais é crime
Vale ressaltar que Joana Darc é autora da Lei Estadual nº 6.423/2023 que proíbe a prática de brigas (rinhas) de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos no Amazonas. O alojamento dos animais encontrados era um espaço pequeno, gradeado e sem a devida limpeza e alimentação.
Segundo a legislação, a pessoa que for denunciada e condenada por praticar rinha, será multada no valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), podendo chegar até R$ 20.000,00 (vinte mil reais), dependendo da infração e do estado do animal.