Na madruga desta terça-feira o Prefeito Artur Neto aproveitou as redes sociais para emitir nota a respeito do caso que envolve o entreado, Alejandro Molina(29), filho da primeira-dama Elisabeth Valeiko.
Na declaração Artur afirma que o filho da primeira-dama Elizabeth Valeiko é vítima das drogas, e repudia qualquer notícia falsa de que o mesmo seria o assassino de Flávio. “Alejandro é doente. Padece de um vício que não o abandona. Mas jamais foi ou será um assassino. Bem ao contrário, é vítima de gente que mata e sequestra sem remorso, movida por dinheiro imundo.”
A NOTA
05:200 hs. Penso muito na generosidade da nossa gente e pouco nas pessoas de maus instintos. Valorizo a primeira, sempre.
Meu enteado Alejandro, filho de minha esposa Elisabeth, é mais um dos milhões de usuários de drogas que as facções criminosas arrebanham em nossa cidade e em nosso país. Sofrido, luta contra o vício há mais de 10 anos.
O tráfico toma conta de tudo e de muitos. Nada se faz de efetivo contra ele, que corrompe consciências e se implanta com força em Manaus. Criou uma “justiça” própria, estabelecendo a pena de morte num país que não a adota.
A casa de Alejandro foi invadida na noite do último domingo. Dois homens encapuzados, “cobrando” dinheiro a um dos presentes. Um dos meninos se trancou no banheiro e Alejandro recebeu golpe de coronha que lhe abriu a cabeça. Levaram o que queriam: o rapaz Flavio, a quem “cobravam” pagamento pelo trabalho maldito que leva pessoas à perdição. Principalmente os jovens, muitos deles viciados desde 10 ou 12 anos de idade.
Sequestraram e assassinaram Flavio, assim como sequestram e matam, todos os dias, aqueles que se tornam dependentes e não conseguem mais pagar aos seus algozes.
Minha esposa entrou em desespero, quando soube que gente sem caráter tentava fazer crer que seu filho teria matado Flavio. Maldade indescritível. Alejandro saiu ferido pela truculência dos invasores e, quando o vimos, seu estado era lamentável: ferido, abatido, com medo de ser morto por tipos parecidos com os que levaram seu amigo, outra vítima das drogas, que se espalham como praga, muitas vezes perto da gente.
Elisabeth tomou conhecimento dessa infâmia, quando Alejandro já se encaminhava para internamento numa clínica para dependentes. Revoltado com a mãe que, mais uma vez, o socorria e, outra vez mais, chorava pelo medo de perder pessoa tão amada.
Chegaram a fazer transmissões ao vivo, inventando que Alejandro estaria, naquele momento, no Distrito Policial, onde, bem cedo, ele já prestara depoimento. Amargurou minha alma, porque se Elisabeth não fosse minha esposa, não teria havido tanta mentira e tanta tentativa de escândalo. Era a mim que queriam atingir. Talvez por ter organizado as finanças e a previdência de Manaus. Por não se conformarem com tantas obras transformadoras que varrem a cidade inteira. Por não aceitarem o respeito que o Brasil me dedica e que é o meu orgulho.
Fiquei pensando se não estaria prejudicando a arquiteta de renome, de vida cômoda e tranquila, até me conhecer e termos decidido a partilhar a vida.
Falo para mães e pais que, diariamente, perdem seus filhos primeiro para o tráfico e depois para a morte. Mães e pais, indefesos, que não têm voz e nem vez. Mães e pais, cujos filhos viciados, desesperados, mortos, não interessam a quem vive de fabricar manchetes. Mães e pais de cujos filhos Elisabeth procura cuidar como se fossem seus. Mães e pais que convivem com o medo e a incerteza o tempo todo.
Isso mesmo que Alejandro sempre provocou em Elisabeth: sumiços, distância, vida sem sentido, desperdiçando o futuro. É triste para mim vê-la na sala ou no quarto, calada, triste, chorando, por não poder acarinhar seu menino querido.
Botemos um ponto final: Alejandro estava recebendo amigos. Teria cabimento que sumisse por segundos e voltasse de capuz, armado (ele nunca usou nem canivete) e sequestrasse Flavio? Sim, porque o assassino desse pobre rapaz o sequestrou e, para fazer isso, teve de abrir a cabeça de Alejandro com uma coronhada. E porque Alejandro ficou parte da madrugada cercado por nós, que depois o transferimos para outro lugar, com receio de que a solidão atraísse os bandidos de novo.
Sejamos claros: Alejandro é doente. Padece de um vício que não o abandona. Mas jamais foi ou será um assassino. Bem ao contrário, é vítima de gente que mata e sequestra sem remorso, movida por dinheiro imundo.
Manaus está cheia de Alejandros. E de monstros que os exploram impunemente. Sociedade injusta. Pela miséria, fornece soldados para os chefões do tráfico.
Vejo minha esposa, finalmente, conseguir dormir. Isso me acalma o coração. Sei, porém, que o despertar será outro dia de dor pelo filho isolado numa clínica.
Que os assassinos de Flavio sejam logo presos e levados a julgamento.
Manaus merece paz e verdade. Jamais mentiras e terror.
Arthur Virgílio Neto.
O post de Arthur ganhou grande repercussão em suas redes sociais. Entre os comentários um chamou a atenção.
“Apenas para esclarecimentos, temos 2 portarias para acesso ao condomínio com seguranças armados em ambas. Prova disso são as várias câmeras espalhadas desde a entrada da primeira portaria a toda a extensão do condomínio. Aqui só entram pessoas devidamente autorizadas pelos moradores. Se fosse “invasão” certamente haveria troca de tiros desde a entrada na primeira portaria. Para acesso a segunda portaria, existe ainda uma distância de 1 Km. Portanto, meus sinceros sentimentos à situação em que se encontra seu enteado e sua esposa. Fato isolado, ocorrido dentro da residência de um morador comum.”, afirmou o morador.
Enquanto isso uma nota enviada pelo responsável do condôminio, vai de contra a versão de que houve invasão no Passaredo.
Condomínio Residencial Passaredo
Comunicado aos condôminos n° 031/2019-Setembro
Atenção: o fato lamentável NÃO foi invasão ou roubo.
A gestão condominial 2019, informa que diante do fato ocorrido de forma isolada numa residência do condomínio, vem informar aos seus condôminos, que laboramos dentro de parâmetros voltados para a segurança de todos com o cuidado e dedicação diuturna, tanto que a elucidação dos fatos ocorreram em lapso temporal pequeno, visto que a polícia teve o apoio da administração do condomínio e seus colaboradores em suas ações para elucidar o fato ocorrido.
Diante da clareza solar que o fato foi apenas em uma unidade residencial, fato isolado e lamemtável, reiteramos as pessoas que publicam mensagens nas redes sociais no âmbito do condomínio cautela, uma vez que poderão responder aos olhos da Lei por aquilo que escrevem e afirmam ou acusam. Preocupado com a dimensão que o fato atingiu, já que a irresponsabilidade individual, assim como da imprensa que fora extremamente precipitada em anunciar que o condomínio foi invadido ou outra cognominação sensacionalista, reiteramos desde o dia fatídico “QUE O CONDOMÍNIO NÃO FOI INVADIDO E NÃO OCORREU ROUBO ALGUM”. através de inúmeras mensagens de áudio postas pela síndico e sua administração condominial.
Assim resta provado que morar aqui “Condomínio Residencial Passaredo” é sinônimo de segurança, assim agradeço aos abnegados Agentes de Portaria e a empresa de vigilância privada RONIN pela rápida intervenção no fato salvaguardando a vida através do agente de vigilância que realizou manobras para manutenção da vida humana da pessoa ferida, entretanto, infelizmente a outra pessoa não teve a mesma sorte; fato este que apenas resta a polícia investigar e elucidar conclusões dentro do instrumento persecutório Inquérito Policial.
Manaus, 01 de outubro de 2019.
Atenciosamente,
Wladmir Botelho
Síndico
Entenda o caso
Na tarde desta segunda-feira (30), o engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos de 42 anos, foi encontrado morto em um terreno no bairro do Tarumã, zona Oeste de Manaus, após sumir de uma “reunião entre amigos” em uma casa localizada no condomínio Passaredo, também na zona Oeste.
Porém, a morte de Flávio está cercada de mistérios que intrigam amigos e familiares. O engenheiro estaria na casa de Alejandro Valeiko, quando a residência teria sido invadida por homens encapuzados que agrediram o anfitrião com uma coronhada, esfaquearam outro convidado identificado como Magno e sequestraram Flávio. É o que relata o boletim de ocorrência registrado por José Evandro Martins Júnior, que afirma ter se escondido no banheiro assim que viu o homem armado descer do carro.
Pessoas próximas de Alejandro, informaram que o enteado do prefeito tinha amizades consideradas “inapropriadas” pelos familiares. O mesmo era mantinha-se afastado da família e frequentemente realizava festinhas particulares.
Uma outra fonte ligada aos familiares da vítima conta que houve uma briga interna, e que estão “tentando abafar o caso”. Pois ao saberem do sequestro de Flávio, os familiares dele foram até o condomínio, porém, foram proibidos de entrar.
A fonte afirma ainda que o carro de Flávio estava estacionado em frente a residência de Alejandro mas sua irmã não pode ir retira-lo até o momento. De acordo com depoimento do síndico, não houve indícios de invasão dentro do condomínio.
A família foi a público declarar que acreditam que o engenheiro deve ter sido morto ainda no local, por ter visto algo que não deveria. O corpo só foi encontrado após denúncia de moradores do Tarumã.