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Até julho, IML encaminhou para sepultamento quase 100 corpos não reclamados por familiares

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A maioria dos corpos não reclamados é do sexo masculino

O Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas possui 93 ocorrências de corpos que não foram identificados por familiares no período de janeiro a julho deste ano. A maioria é de corpos do sexo masculino, com um total de 69 pessoas. Em todo ano de 2020, os corpos não reclamados somaram o quantitativo de 169 casos.

Dos 93 corpos não identificados e reclamados por familiares, 69 são do sexo masculino, cinco são do sexo feminino e 19 são ossadas, situação em que não é possível saber o gênero. De acordo com dados do IML, a maior parte dos cadáveres e ossadas tem idade estimada entre 22 e 70 anos.

Em todas as situações são coletadas amostras de DNA, digitais e informações odontológicas dos corpos e fragmentos. Posteriormente, os cadáveres são encaminhados para sepultamento em cemitérios públicos. Todos estes corpos não reclamados no período citado já foram enterrados no cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarumã, zona oeste da capital.

Os corpos ficam armazenados no Instituto por, no máximo, 30 dias, antes de ser realizado o sepultamento. O IML tem a localização exata do sepultamento para informar, caso se apresentem os familiares das pessoas mortas.

Os parentes, se quiserem, podem realizar a exumação do corpo e transferi-lo para outra sepultura, ou também realizar os cuidados e manutenção na sepultura em que o corpo já foi enterrado. Estes cadáveres podem ser reclamados a qualquer tempo e confrontados com os dados dos desaparecidos.

“O setor psicossocial recebe as famílias e faz um cadastro a fim de levantar o perfil desses indivíduos e posteriormente confrontar com nossas ocorrências, a fim de verificar a compatibilidade do caso”, afirma Robert Oliveira, auxiliar técnico do IML.

Além disso, as próprias famílias podem procurar o IML ou acionar o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) com o objetivo de encontrar informações de familiares desaparecidos que possam ter sido classificados como não reclamados e não tenham sido identificados.

Existe atualmente uma iniciativa nacional para coletar material biológico de familiares de pessoas desaparecidas, da qual o IML, juntamente com o laboratório de genética forense do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (IC-LSB), fazem parte.

Para passar para o status de identificado, algum familiar deve reclamar o corpo no IML.

Protocolos – As ossadas e restos mortais que são encaminhados até o IML passam por exames para compreender o material. O estágio de decomposição, eventuais lesões e fraturas existentes, características morfológicas são pontos analisados pela perícia.

Além do exame de necropapiloscopia, a identificação do cadáver também pode ser realizada por meio da arcada dentária. Neste exame são comparados os dados odontológicos obtidos em documentos em vida com os achados no corpo.

Todo este trabalho é desempenhado pelos profissionais que atuam na área de antropologia forense, ciência que busca, por meio de investigação legal, analisar de quem são os restos mortais, o perfil biológico e, ainda, a causa da morte do indivíduo.

FOTOS: Carlos Soares/Secom e Divulgação/SSP-AM

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