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Bioeconomia na América Latina é destaque em Fórum Mundial de Economia Circular

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Na última terça-feira (16), a diretora executiva para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur, Luisa Santiago, participou do painel “Sistemas alimentares na bioeconomia circular: Lições da América Latina” que ocorreu durante o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF), evento que discute as principais ideias e soluções relacionadas à economia circular do mundo.

Do Brasil, também marcaram presença no painel Nelson Pereira dos Reis, Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), e Daniel Lodetti, Vice-Chefe de Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Já de outros países da América Latina, participaram Cynthia Córdoba, Coordenadora de Economia Ambiental no Ministério de Meio Ambiente e Energia da Costa Rica; Jerome Stucki, Chefe da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO); Beatrice Cyiza, Diretora Geral do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas no Ministério do Meio Ambiente da Ruanda.

Comentário: Luisa Santiago, Diretora Executiva para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur

O painel “Sistemas alimentares na bioeconomia circular: Lições da América Latina”, no Fórum Mundial de Economia Circular, se destacou por trazer um conteúdo bem centrado no Sul global, com foco na América Latina, com vozes presentes também da África. Foi um painel bastante único em meio a um Fórum com assuntos e temáticas majoritariamente européias.

Dois pontos se destacaram: primeiramente, a ideia de que bioeconomia é um campo emergente que olha para setores ligados aos recursos biológicos e que precisa ser visto com as lentes da economia circular. Dessa forma, pode-se criar estratégias de aproveitamento desses recursos e eliminação de resíduos ao mesmo tempo em que regeneram a natureza – prática que gera muitas oportunidades de novos negócios, desenvolvimento de novas aplicações e tecnologia. O segundo ponto foi que a economia circular aplicada à bioeconomia é – e precisa ser –, sobretudo no Sul global, um novo modelo de desenvolvimento. Isso porque nós ainda precisamos reduzir a desigualdade e gerar renda, mas também por ser uma região extremamente abundante em recursos naturais e que precisa aproveitar o seu potencial para de fato dar conta dos desafios que a economia linear criou até aqui. 

Penúltima sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-4) sobre Poluição Plástica se aproxima

De 23 a 29 de abril, em Ottawa, no Canadá, acontece a quarta e penúltima sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC-4) para o desenvolvimento de um instrumento internacional e juridicamente vinculativo para enfrentar a poluição plástica. 

As reuniões vêm acontecendo desde 2022 graças a uma resolução histórica adotada na 5ª sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Acabar com a poluição plástica: rumo a um instrumento internacional juridicamente vinculativo (UNEA 5/14), que reconheceu que “os níveis elevados e rapidamente crescentes de poluição plástica representam um sério problema ambiental em uma escala global, impactando negativamente as dimensões ambientais, sociais e econômicas do desenvolvimento sustentável”. Perante a isso, foi convocado o Comitê de Negociação Internacional (INC).

Análise: Pedro Prata, Oficial de Políticas da América Latina na Fundação Ellen MacArthur

A grande expectativa para esta, que é a penúltima rodada de negociações, é que, com a estrutura de negociação já firmada, os países agora realmente se debrucem sobre as medidas e políticas de promoção da economia circular dos plásticos.  Esperamos que as delegações avancem, de fato, em direção à próxima versão do texto do tratado.  No último encontro, vários Estados-Membros expressaram apoio a disposições ambiciosas, incluindo a eliminação de plásticos comumente identificados como problemáticos, a ênfase no design do produto e a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP). Vimos também apoio pelas medidas que possibilitem uma transição justa, equitativa e inclusiva. Esse apoio precisa, agora, ser expressado no texto do Tratado, visto que todos esses elementos são essenciais para eliminar a poluição plástica. 

Continuamos a defender a  necessidade de um Tratado da ONU baseado em regras globais juridicamente vinculantes e medidas abrangentes de economia circular para eliminar os plásticos de que não precisamos, inovar para novos materiais e modelos de negócios, e circular todo o plástico que ainda usamos para garantir que alcancemos um mundo em que o plástico nunca se torna resíduo ou poluição.

Importante lembrar que as empresas também estão pedindo por essas medidas que facilitem a transição para uma economia circular dos plásticos. A Coalizão Empresarial por um Tratado dos Plásticos, que reúne mais de 200 organizações, incluindo empresas de toda a cadeia de valor de plásticos, está desenvolvendo recomendações políticas ambiciosas, alinhadas com essa visão de economia circular dos plásticos e criando confiança na comunidade empresarial sobre os benefícios e a necessidade de um tratado eficaz. Durante este penúltimo encontro de negociações, a Coalizão fará um grande encontro de CEOs globais de empresas com representantes de mais de 15 países, inclusive ministros.

Governo Brasileiro implementa projeto contra o desmatamento da Amazônia em parceria com municípios da região

Na tentativa de desacelerar o desmatamento na Amazônia, que obteve uma redução no primeiro trimestre deste ano de 40%, em comparação com o mesmo período de 2023, o governo brasileiro anunciou, no dia 9 de abril, o lançamento de uma parceria com municípios, nomeada de programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia. 

O projeto é mais uma iniciativa com o objetivo de atingir a meta de desmatamento zero no país até 2030, mantendo a floresta em pé e contribuindo para ajudar a vida das pessoas que vivem na região. 

A previsão é de investimento de R$730 milhões visando promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia, com recursos sendo destinados a ações nos locais a partir da lógica do “pagamento por performance”: quanto maior a redução anual do desmatamento e da degradação, maior o investimento.

Análise: Victoria Almeida, Gerente da Rede de Empresas da Fundação Ellen MacArthur na América Latina

Entender que tornar a floresta em pé mais rentável do que ela derrubada é chave para conter o desmatamento pode ser uma oportunidade para as empresas comprometidas com a regeneração e suas metas climáticas. Ao criar os seus produtos e portfólios, elas podem optar por utilizar insumos da floresta em pé (como frutas e sementes) e firmar parcerias comerciais justas que contribuam para conservar o bioma e aumentar a renda das comunidades locais. Escolhas de design como essa, que priorizam a regeneração da natureza, fazem parte do design circular, isto é, da criação de produtos com base nos três princípios da economia circular: eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais e regenerar a natureza. Além de ser uma oportunidade de criar produtos e modelos de negócios diferenciados, com o design circular as empresas contribuem para enfrentar desafios como as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.

Até a próxima!

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