Com a praia interditada para frear contágio e transmissão da Covid-19 em Manaus, o Complexo Turístico Ponta Negra, zona Oeste, recebe serviços de manutenção pela Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), órgão responsável pela gestão do parque.
No enfrentamento à pandemia, o prefeito de Manaus, David Almeida, voltou a prorrogar a interdição da praia até o dia 15 de março. A medida consta no Decreto nº 5.209, publicado no Diário Oficial do Município (DOM). “Nossa prioridade absoluta é com a preservação da vida. Ainda vivemos um período crítico da pandemia, com muitas vidas ceifadas pelo vírus”, disse o prefeito.
Os serviços de manutenção se concentram na reposição e recomposição de trechos do calçadão, os mosaicos de pedras portuguesas. De um total de medição de 250 metros quadrados, já foram recompostos 100 metros quadrados e a previsão é de concluir o serviço em 20 dias, dependendo do período de chuvas.
As rochas de calcário e basalto portugueses fazem os desenhos do parque e são repostas uma a uma, em um trabalho bastante artesanal. Por ser mais rústico e com formas orgânicas, o piso traz um sentimento de memória afetiva.
“O trabalho de manutenção, determinado pelo prefeito David Almeida, é necessário e feito periodicamente no espaço, mesmo no período da pandemia, deixando o parque público ordenado e com os cuidados preventivos no período intenso de chuvas”, explicou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.
Desenho
Com um traçado sinuoso, que lembra o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, o calçadão tem desenhos em pedras portuguesas, semelhante aos que foram usados pelo paisagista Burle Max. Desde 2011, a praia não desaparece mais sob as águas do Negro, durante a cheia dos rios. A técnica perene foi a mesma usada em praias famosas como de Copacabana, no Rio de Janeiro, e nas ilhas artificiais de Dubai, nos Emirados Árabes.
A praia perene, que tem 4,8 mil metros quadrados, foi entregue durante a obra de requalificação da primeira etapa da Ponta Negra, no ano de 2012.
As pedras portuguesas apareceram primeiro em Manaus, no largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, em 1905. Na Ponta Negra, os desenhos são geométricos e em ondas sinuosas, conferindo ao espaço um piso antiderrapante, que tem mais absorção de águas pluviais e retém menos calor.
Medida preventiva
Responsável pela administração do espaço, o Implurb já fez a redução da energia de áreas do parque, do skate até o estacionamento recuado. O calçadão também teve as luzes apagadas para evitar a aglomeração de pessoas. O momento é de prevenção ao novo coronavírus.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb
Fotos – Marcely Gomes/Semcom