O sargento Lucas Ramon Guimarães foi morto no dia 1º de setembro de 2021. O mandante, conforme a polícia, é o dono do supermercado Vitória
Manaus (AM) – Após um ano de espera dos familiares, os seis acusados do assassinato do sargento Lucas Ramon Guimarães, ocorrido no dia 1º de setembro de 2021, foram formalmente denunciados à justiça pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), na quarta-feira (11).
O encerramento do inquérito deu-se em abril deste ano. De acordo com o advogado da família, Arthur Cordeiro, uma consulta ao processo confirmou a apresentação da peça que faltava para os autos. Agora, a família aguarda as fases que a ação precisa percorrer até o julgamento dos acusados.
“Que o processo siga a tramitação normal, dada a peculiaridade do Tribunal do Júri, onde há dupla fase. A primeira, de instrução e julgamento, que julga tão somente a admissibilidade da acusação e, posteriormente, a fase efetiva do julgamento que é o Tribunal, onde a sociedade vai julgar a procedência da ação, que é o que esperamos”, explicou o advogado.
Sobre as expectativas da família do sargento Lucas Guimarães, que esperava há um ano para apresentação desta denúncia formal, Arthur Cordeiro afirmou a confiança dos clientes no trabalho da Justiça.
“Eles aguardam ansiosos o desfecho do processo. Sabemos que, em si, ele ainda está no início. A tramitação judicial percorre vários caminhos até que se tenha uma decisão sobre o mérito do processo. Mas, a expectativa é de justiça. A família reitera a sua confiança e nós também no trabalho de todos os envolvidos, desde a delegacia de polícia aos profissionais peritos e de investigação e, hoje, com a apresentação da denúncia aos promotores de justiça, aos servidores do Ministério Público, que também nos receberam de forma muito atenciosa, ética, esperamos agora a tramitação normal, observando os prazos e os direitos e deveres de cada um”, afirma.
Dos formalmente acusados pela morte de Lucas Guimarães, dois permanecem presos em Manaus.
Relembre o caso
Lucas Guimarães foi morto com quatro tiros no dia 1° de setembro dentro da própria cafeteria, na avenida Ayrão, bairro Praça 14 de Janeiro, na zona Sul da capital. O homicídio do sargento teria sido ordenado por Joabson Agostinho Freire, dono da rede de supermercados Vitória.
Joabson teria mandado matar o sargento após descobrir que a esposa, Jordana Azevedo Gomes, mantinha um caso extraconjugal com ele. A própria Jordana teria contado sobre o caso extraconjugal para o marido.
Quantias em dinheiro
Além disso, Jordana também teria entregue quantias em dinheiro para Lucas, que era genro do dono do Hospital Santa Júlia, localizado ao lado da cafeteria. O rapaz teria chegado a receber valores na ordem de R$ 200 mil de Jordana, mas devolveu o dinheiro para a então amante.
Em uma das ocasiões, um funcionário da rede de supermercados teria ido buscar o dinheiro com o sargento no quartel do Exército, onde ele era lotado. Jordana sabia do homicídio e foi considerada cúmplice.
Recompensa pelo pistoleiro
No dia 12 de novembro, a família de Lucas Guimarães veio a público oferecer uma recompensa de R$ 40 mil para qualquer pessoa que tivesse informações sobre o pistoleiro que matou o empresário.
No dia 22 de novembro, o pistoleiro Silas Ferreira da Silva, foi preso e confessou ter recebido R$65 mil para executar Lucas.
Prisão do casal
Joabson e Jordana foram presos em setembro do ano passado ao se apresentarem na delegacia de Homicídios. Dois meses depois eles tiveram o pedido de habeas-corpus acatado pela Justiça e foram soltos.
Já em fevereiro deste ano, eles voltaram a ser presos durante a Operação “Lucas 8:17”. Além deles, também Romário Vinente Bentes, considerado braço direito de Joabson e uma mulher identificada como Kamila Tavares da Silva.
Entretanto, 9 dias depois, o casal foi solto novamente após uma liminar do ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Reynaldo Soares da Fonseca.
fonte: em tempo