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Colonizar Marte é crucial para a espécie humana. Entenda o porquê

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Embora explorar outros planetas e enviar humanos para Marte possa parecer tolice à luz dos desafios significativos que enfrentamos como espécie aqui mesmo, na Terra, a pesquisa científica pura e simples precisa continuar para que possamos evoluir. Essa é a opinião do jornalista James Maynard, fundador e editor do blog The Cosmic Companion – especializado em mistérios do universo e filho de ninguém menos do que Robert Maynard, projetista das fontes de energia do programa Apollo, da NASA.

James escreveu um artigo inspirado por memes que andaram pipocando pela internet recentemente – que sugerem que seria muito melhor cuidar dos problemas do nosso planeta e encerrar a exploração espacial que, segundo as publicações, gastam muito dinheiro e não trazem retorno concreto.

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De fato, pode parecer supérfluo levar humanos à Lua e começar a viver em Marte enquanto a fome, as doenças e a pobreza afetam bilhões de pessoas aqui no planeta azul. Mas Maynard alerta que esse pensamento alimenta uma tendência perigosa: “uma reação anticientífica contra a exploração espacial”.

Investimentos em ciência

Maynard lembra que os investimentos em ciência pura quase sempre culminam em desenvolvimentos tecnológicos e sociais que nunca podemos prever: desde seu travesseiro da NASA até sistemas de filtragem de água que salvam milhares de pessoas de uma morte lenta causada por falta de água potável.

A parte do orçamento federal dos Estados Unidos destinada para a NASA é de aproximadamente 23 bilhões de dólares ao ano – uma quantia expressiva, mas que é menos de 0,5% do orçamento do país. “Em comparação, a NASA recebeu quase 4,5% dos gastos do governo dos EUA no auge dos triunfos da Apollo“, afirma Maynard.

Hoje, a exploração planetária ocupa menos de um terço do orçamento da NASA, segundo a ONG The Planetary Society. São cerca de sete bilhões de dólares, o que equivale a pouco mais de 20 dólares por ano, por pessoa. “Os americanos gastam mais a cada ano em fantasias de Halloween e em carnes à base de plantas”, diz o editor.

Avanços da humanidade graças à ciência

Em troca do investimento na NASA, a população recebe grandes quantidades de novas pesquisas que preservam e melhoram a vida aqui na Terra. “As tecnologias desenvolvidas a partir da exploração do sistema solar incluem colchões de espuma com memória, avanços na tecnologia de ressonância magnética agora usada em hospitais, tintas resistentes ao fogo e técnicas de construção usadas em arranha-céus modernos”, afirma o jornalista.

Algumas invenções da NASA utilizadas na Terra

  • Sistemas de filtragem de água baratos e fáceis de usar, distribuídos para pessoas em todo o mundo, foram desenvolvidos a partir da necessidade da NASA de filtrar a água no espaço.
  • Comida mais segura: o conceito de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, desenvolvido para a NASA, evitou a contaminação dos alimentos embalados utilizados espaçonaves. Agora, a FDA (Food and Drug Administration, a agência federal de Saúde dos Estados Unidos ) usa as mesmas técnicas para manter microrganismos perigosos fora dos alimentos antes de serem enviados às lojas.
  • Aparelhos cardíacos implantáveis: doenças cardíacas agora podem ser tratadas com equipamentos que atuam como desfibriladores em miniatura. Concebidos para realizar cirurgias no espaço, os aparelhos permitem que cirurgiões trabalhem enquanto assistem a tudo em uma tela de vídeo, usando apenas pequenas incisões.

Pesquisa científica como inspiração

“Também inspiramos as crianças a aprender ciências”, lembra o jornalista. Além disso, outros países, como os Emirados Árabes, passaram a investir em programas espaciais para treinar estudantes de ciências, transformando-os em líderes no mundo pós-petróleo que está por vir.

Maynard também afirma que a China está fazendo enormes avanços na ciência, recentemente alcançando a Lua e Marte – e lançando sua própria estação espacial. São avanços que trazem o dia em que viveremos em Marte alguns passos mais perto. “A ciência é nossa última e melhor esperança”, diz o articulista.

“Colônias humanas na Lua e em Marte, capazes de manter suas populações permanentemente, independentemente de abastecimento externo, fornecem à nossa espécie a apólice de seguro de vida definitiva. Viver em Marte fornece outro plano de backup para o futuro da raça humana”, encerra Maynard.

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