Daqui dois anos, o Brasil terá quase 200 milhões de pessoas conectadas à internet, o equivalente a mais de 90% da população, segundo estudo realizado pela Cisco, fabricante de equipamentos de telecomunicações. O processo vivenciado por muitos profissionais e pelas empresas durante o período de isolamento social por conta da pandemia de covid-19 acelerou esse processo. No entanto, poucos trabalham a chamada “competência digital”.
Trata-se de habilidades relacionadas a capacidades humanas, como colaboração, empatia e resiliência e não necessariamente a conhecimentos técnicos, ao contrário do que o nome pode sugerir. A capacidade de aprender e desaprender, autonomia, tomada de decisão e pro atividade para circular em uma estrutura horizontal de trabalho são algumas dessas competências exigidas.
O tema será abordado pelos convidados nacionais: o co-fundador da Manifesto 55 e da Escola de Facilitadores, Henrique Versteeg-Vedana; e pelo consultor e facilitador Costábile Matarazzo, professor da Sustentare Escola de Negócios nesta quinta-feira, 15.07.20, durante a XI edição do Business Experience Event (BEE), uma realização da coordenação de Pós-Graduação e Extensão da faculdade Martha Falcão voltada aos alunos dos cursos de MBA da instituição e instituições parceiras para o compartilhamento de conhecimento e experiências e promoção de networking.
Para Henrique Versteeg-Vedana, que trabalha com dois grupos afetados diretamente pelo impacto do digital na pandemia – educadores e gestores – a capacitação para atuar em sistemas complexos vem a partir da autonomia, em um ambiente de confiança nas pessoas, seja em sala de aula ou em empresas, em vez do controle presencial. Trata-se da necessidade de desenvolver uma mentalidade digital.
“Atualmente todos foram forçados a trabalhar ou estudar remotamente e não há mais o mesmo controle de antes. As competências digitais nos falam dessa necessidade de criar ambientes de confiança, baseado no compartilhamento de informação, status de tarefas, de projetos para que a pessoa do outro lado esteja envolvida na atividade, prestando atenção”, explica.
Segundo ele, empresas que já adotavam sistemas de planejamento de tarefas, de metas, de acompanhamento por meio de algum tipo de ferramenta digital ganham vantagem neste processo.
O administrador Costábile Matarazzo destaca que os desafios da transição de liderança neste contexto da pandemia, em um mundo cada vez mais complexo, revelam a necessidade de pensar e agir rapidamente, baseado em competências digitais.
“Vamos conectar o movimento atual do planeta para as competências digitais da liderança que não se restringe a um cargo, mas que pode ser qualquer pessoa que esteja à frente de um projeto ou que tenha que liderar alguém. Isso cabe tanto para quem está começando agora ou quem já tem um pouco mais de experiência na carreira”, afirmou.
Palestrantes
Henrique Versteeg-Vedana é o primeiro brasileiro formado (3 anos) pela renomada escola dinamarquesa de liderança, criatividade e inovação social Kaospilot – considerada uma das melhores escola de design do mundo; exerce e estuda a liderança-facilitadora há mais de 20 anos, tendo sido presidente da ONG internacional AIESEC no Brasil; facilitou processos colaborativos de diálogo e inovação em mais de 100 organizações de diversos portes e setores, por todo o Brasil. À frente Manifesto 55 e da Escola de Facilitadores, cujo objetivo é promover a disseminação de práticas de novas atitudes e habilidades de liderança em tempos de mudança, treinou, nos últimos 3 anos, mais de 5 mil pessoas em liderança, facilitação de grupos e metodologias educacionais inovadoras.
Costábile Matarazzo é administrador com especialização em Consultoria Empresarial pela PUC-SP e MBA em Gestão Empresarial pela FGV, certificado em metodologia do Ciclo de Aprendizagem Vivencial pelo CEFE International e Didática e Prática do Ensino Superior pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação. É empreteco pelo SEBRAE/ONU, Action Learning Coach pela Wial Brasil e Coach formado pela Sociedade Latino Americano de Coaching. Coordenou equipes no Brasil, México, Chile e Caribe e ministrou treinamentos corporativos, aulas e palestras em 10 países, além do Brasil, no período em que atuou por sete anos no exterior. É autor do livro Desafios da Primeira Gestão, editado pela Qualitymark, uma das editoras mais influentes na área de liderança e gestão de pessoas. Atua em projetos de educação corporativa com foco em programas de desenvolvimento de lideranças e aceleração da maturidade para jovens profissionais.