Comissão apura suposta ligação do líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde com o contrato da vacina Covaxin
A CPI da Covid marcou para o dia 12 de agosto o depoimento do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), suspeito de ter ligação com o contrato de compra da vacina Covaxin, investigado pela própria CPI e por órgãos como a Polícia Federal.
A convocação do deputado já havia sido aprovada no final de junho, após virem a público denúncias de supostas irregularidades envolvendo o contrato. O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de Importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, denunciaram “pressão anormal” pela aprovação de importação da vacina. Eles afirmam que relataram o caso e supostas irregularidades ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março.
Segundo o deputado Luis Miranda, Bolsonaro teria dito que o contrato seria “coisa” do deputado Ricardo Barros, que nega qualquer envolvimento na negociação.
O contrato foi fechado entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano Bharat Biotech. Trata-se do maior valor por dose entre as negociações conduzidas pelo governo – US$ 15. O contrato de R$ 1,6 bilhão já foi suspenso pelo Ministério da Saúde.
Ricardo Barros chegou a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) que pudesse ser ouvido pela CPI e esclarecer os fatos, já que, apesar da convocação, o depoimento não chegou a ser marcado de forma definitiva. O pedido, no entanto, foi negado, e o deputado Ricardo Barros precisou aguardar a preferência dada pela CPI para a presença de outros depoentes ao longo do mês de julho.