Na segunda semana de agosto, a Coletiva de Palhaças toma conta da cena amazonense com três sessões do espetáculo “7 Gargalhadas – Gira de Palhaças”, que conta a história das Pombo Giras a partir da leveza e comicidade da palhaçaria, desafiando preconceitos e estigmas com essas figuras.
O espetáculo faz parte do projeto Gira de Palhaças da Coletiva de Palhaças, que traz obras homenageando a ancestralidade. O grupo nasceu em meados de 2020, no Amazonas, durante a pandemia da COVID-19, explorando o conceito de mulheridades e criando gags virtuais como uma forma política de riso em meio ao sofrimento. Hoje, a coletiva aprofunda-se na pesquisa de Ananda Guimarães “Encruzilhada DEF: uma ‘cosmocegueira cênica’”
“É da gargalhada do sagrado à gargalhada da palhaçaria. Esses corpos à margem e que em vida foram marginalizados, eles ganham forma, essência e muitas coisas importantes para nós. Temos esse contato direto com o que chamamos de ancestralidade. A cosmocegueira cênica propõe um estado de atuação diferente, só possível porque é um corpo DEF que dirige o espetáculo. A acessibilidade se entrelaça com a subjetividade da fé, entregando um presente à espiritualidade.” descreve Ananda Guimarães.
O espetáculo foi proposto no final de 2023 por Ananda Guimarães. Com data de estreia já marcada, a coletiva começa os ensaios em abril explorando a conversa do sagrado da palhaçaria com a espiritualidade.
“Foi desafiador e recompensador estar em cena contando histórias que muitas vezes são ignoradas, sem banalizá-las. O processo no início era muito de encontro com a vivência das nossas pombo giras e entender como elas veem, o que são essas mulheres ancestrais. Foram lugares muito gostosos de rir, de se contaminar, de estar com as outras palhaças em cena. É muito bom estar com mulheres e se sentir confortável de falar, de debater em um lugar tão seguro assim.” fala Flávia Augustes
“Estou ansiosa e um pouco nervosa, porque é minha primeira vez fazendo algo na palhaçaria. Eu estou feliz de estar fazendo parte, porque mudou minha vida, encontrar com a palhaçaria e a espiritualidade em um mesmo momento.” declara Iris Oliveira
As histórias são contadas em homenagem as mulheres ancestrais e visando distanciar os preconceitos e enriquecer a compreensão do público sobre as religiões de afro-diaspóricas e suas figuras. Convidando o espectador a mergulhar em narrativas que destacam a pluralidade de corpos e histórias dentro das brasilidades.
“Minha expectativa para a estreia do espetáculo é que consigamos honrar o nome dessas mulheres que têm muito para ensinar e que o público se sinta atravessado por isso de alguma forma. Espero que todos gostem muito e se divirtam ouvindo as histórias que vamos contar.” Isabella Dantas do elenco.
A temporada de estreia acontece no dia 08, quinta-feira, às 23h45 e dia 09, sexta-feira, com duas sessões as com 3 sessões, que vão acontecer no CAIA, Centro de Artes Integradas do Amazonas, na rua Belo Horizonte, 1408, Adrianopólis.
A entrada é gratuita, mas para essas primeiras apresentações as vagas já foram todas preenchidas rapidamente através do link lançado no instagram das palhaças @coletivadepalhaças. Em breve sairá novas datas do espetáculo.
Ficha Técnica:
Direção: Ananda Guimarães
Elenco: Ananda Guimarães, Flávia Augustes, Íris Oliveira, Isabella Dantas, Maria Fernanda Carmim, Thayná Liartes
Curimba: Fernanda Hideko, Emily Danali
Figurino: Felipe De Queiroz
Costureira: Danuza Evangelista
Dramaturgia: Emily Danali, Daphne Pompeu
Produção: Rafaela Guimarães, Ananda Guimarães
Fotografia: Emily Danali, Milena Vieira
Identidade Visual: Fernanda Hideko