A parlamentar defende o debate sobre a zoonose como forma de prevenção no auxílio à saúde pública
Presidente da Comissão de Proteção aos Animais, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Amazonas (CPMA-Aleam), a deputada Joana Darc (UB) anunciou que será realizada a primeira Audiência Pública sobre Esporotricose no Amazonas no Contexto da Saúde Única, no dia 19 de fevereiro (segunda-feira), às 10h30, no Plenário Ruy Araújo da Aleam. O evento será aberto ao público.
Assídua no combate das zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas) no Amazonas, a parlamentar alega que o estado enfrenta um surto de esporotricose que, possivelmente, começou na capital e se expandiu para os demais municípios. Por isso, como forma de prevenção no auxílio à saúde pública, Joana explica a necessidade de realizar a Audiência Pública.
“Temos visto vários casos de esporotricose no Amazonas, uma zoonose que está afetando animais e humano e por isso vamos debater com as prefeituras, o Governo do Estado, juntamente com o Conselho Regional de Medicina Veterinária e protetores de animais as garantias da saúde pública como um conceito único e necessário para a qualidade de vida e bem-estar de todos”, pontuou.
De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), de janeiro a outubro de 2023, foram notificados 547, destes 403 foram confirmados para a doença em humanos.
O que é esporotricose?
A esporotricose é causada por fungos que podem apresentar duas formas no seu ciclo de vida: micelial (de filamentos) e levedura (parasitária). Na forma micelial, o fungo está presente na natureza, no solo rico em material orgânico, nos espinhos de arbustos, em árvores e vegetação em decomposição. A forma de levedura é a que pode parasitar o homem e animais.
A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo com a pele ou mucosa, por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes.
Castração como forma preventiva
Autora do Projeto Castramóvel, Joana Darc defende a castração de cães e gatos, no Amazonas, como forma de prevenir a infestação do fungo em animais. A parlamentar ainda afirma que a pauta de saúde única se aplica em incluir trabalhos para conscientizar não somente a população, mas também o poder executivo municipal de todas as cidades do estado.
“A castração é uma forma de prevenir, principalmente em gatos, pois evita as saidinhas. Dito isso, na Audiência Pública, vamos incluir a vigilância, o controle de fatores biológicos, reservatórios e hospedeiros responsáveis pela ocorrência das principais causas da esporotricose no Amazonas, trabalhando em cima para conscientizar o Poder Executivo Municipal de todas as cidades amazonenses”, disse.
Em Manaus, os suspeitos de esporotricose humana podem ser encaminhados para a Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) ou Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham). Em relação aos animais, é indicado que o tutor busque uma clínica veterinária para o diagnóstico e tratamento o mais rápido possível.