Contaminação dupla é chamada flurona; Secretaria de Saúde disse que não há informação sobre a subtipagem do vírus influenza
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou a notificação de 26 casos de flurona na capital federal. São quadros de pacientes que se contaminaram, simultaneamente, pelo vírus da influenza e da Covid-19.
Segundo a pasta, não há informação sobre a subtipagem do vírus influenza e “esses casos não estão registrados no sistema que capta hospitalizações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), portanto, não há registro de internação dos infectados”. A secretaria ainda recomenda que a população “continue adotando as medidas de etiqueta respiratória, como o uso de máscara, respeitar o distanciamento, higienizar as mãos, evitar aglomerações e locais fechados.”
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (5), após a confirmação dos primeiros casos. Mais cedo, o presidente do Sindilab (Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Distrito Federal), Alexandre Bitencourt, havia alertado sobre o possível primeiro exame que apontou a dupla infecção, em uma criança de 8 anos.
“Recebemos o relato de um dos nossos associados, da dupla infecção, tanto por Influenza A tanto pelo coronavírus”, afirmou. A criança apresentou fortes sintomas gripais, por isso o médico solicitou os dois testes. “Os sintomas são muito parecidos. Em uma coleta só, são feitos os dois exames”, explica Bitencourt.
Flurona
A infectologista Ana Helena Germoglio explica que a chamada flurona é caracterizada pela detecção do material genético dos dois vírus, da Influenza e da Covid-19, mas que nem toda detecção significa uma infecção, ou seja, que aquele vírus foi capaz de causar sintomas no paciente.
”Nesse momento que a gente tem uma epidemia dentro de uma pandemia, e as duas sendo de doenças virais e de mesmo tipo de transmissão, vai ser cada vez mais frequente a gente ter a detecção dos dois vírus. Mas são coisas importantes da gente salientar para a população que a detecção do vírus não significa a infecção. E o fato da pessoa ter esse exame positivo não necessariamente significa que a pessoa vai evoluir diferente, ou que vai mais grave ou que se trata de uma doença diferente do que a gente já tinha antigamente”
No entanto, a especialista alerta que, para evitar quadros graves, a imunização e a testagem são cada vez mais essenciais. “Vai ser muito possível que as pessoas desenvolvam, como a gente tem uma alta taxa de vacinação de Covid, sintomas leves das doenças. Mas é importante que, ao menor indício de sintoma respiratório, a pessoa faça a sua testagem. Até porque o isolamento é um pouco diferente, e para que a gente possa mensurar como que isso está se espalhando na comunidade.”