Conscientizar comunidades indígenas no Alto Solimões, no Amazonas é a missão dos profissionais de saúde neste momento de pandemia do Covid-19. De acordo com o coordenador do distrito especial de saúde indígena da região, Weydson Pereira, as equipes locais têm levado informação e também suporte para as comunidades. Na quinta, chegaram em Tabatinga, a 1100 quilômetros de Manaus, novos testes para avaliar a contaminação do coronavírus.
“A população não está se conscientizando. É uma angústia e um grito de socorro. Quem está na cidade não deve sair da sua casa. Quem está nas aldeias não deve ir para as áreas urbanas”, afirmou.
Entre os resultados que assustaram as equipes de saúde está o aumento no número de casos, que já chegou a 44. “Uma coisa que está acontecendo é o aumento em todos os municípios”, afirmou Pereira.Os novos números deixaram ainda mais em alerta o governo do Estado, que deslocou uma equipe para Tabatinga para fortalecer o combate à pandemia junto a essas comunidades mais vulneráveis. Os gestores públicos trabalham em parceria com militares do Exército na região. Para o secretário de saúde do interior, Cássio Roberto, é necessário ter paciência diante da situação. “Nesse momento precisamos mais do que nunca união, persistência e fé”, disse.
Na quinta-feira, foram enviados mais de 20 tipos de materiais médicos para os municípios das calhas do Alto Solimões e do Triângulo Jutaí-Solimões-Juruá. O carregamento incluía kits de equipamentos de proteção individual (EPIs), testes rápidos para Covid-19, vacinas, medicamentos, caixas térmicas, bolsas de sangue e plasma, entre outros itens. Nesta sexta-feira, houve uma nova remessa de 338 quilos de insumos para os municípios da calha do Purus, incluindo testes rápidos e uma máquina bioquímica semiautomática, destinada a Boca do Acre. O Governo do Amazonas também entregou às prefeituras de Lábrea e Canutama mais de 13 mil unidades de EPIs e álcool 70%, além de 80 kits de testes rápidos.
Em Tabatinga, o diretor do hospital local informou que precisa racionalizar o uso de equipamentos de segurança. Como não há Instituto Médico Legal na cidade, a unidade de saúde também receberá provisoriamente os corpos das vítimas da pandemia
Por Miss Lene, de Tabatinga (AM), e Luiz Claudio Ferreira, de Brasília (DF)
Edição: Beatriz Arcoverde
Fonte: Agência Brasil