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Fimose não tratada na infância é um fator de risco para câncer do pênis

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Em um tema frequentemente negligenciado, a fimose não tratada na infância se revela um dos principais vilões na luta contra o câncer de pênis. Combinada à falta de higiene correta, ao tabagismo e à incidência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), essa condição não apenas afeta a saúde íntima de milhões de homens, mas contribui anualmente para centenas de amputações.

O urologista Flávio Antunes alerta: a atenção deve se estender não só aos homens, mas também às mulheres que poderão ser impactadas por essas questões.
Mas afinal, o que é a fimose? Trata-se da dificuldade em retrair o prepúcio, que pode ser causada por um excesso de pele ou estreitamento. No caso das mulheres, a condição pode levar à aderência dos grandes lábios, dificultando o acesso à abertura vaginal. Embora a incidência seja mais comum nos homens, a questão merece um olhar amplo.

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“O surgimento da fimose pode estar relacionado a diversos fatores, incluindo características genéticas. Muitas vezes, as pessoas já vêm ao mundo com essa condição, mas ela pode se desenvolver ao longo da vida por irritações, especialmente as provocadas pelo uso contínuo de fraldas”, comenta Flávio Antunes.

No Amazonas, essa realidade é palpável. De acordo com a farmacêutica-bioquímica Valquíria Martins, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) registra cerca de 12 novos casos de câncer de pênis anualmente. A fimose está presente em impressionantes 41,44% desses diagnósticos. Em 2023, o Brasil registrou 651 amputações de pênis – totais e parciais –, e 454 óbitos em decorrência desse tipo de câncer, de acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia.

Sintomas e tratamento

A fimose não se limita à dificuldade em retrair o prepúcio; pode manifestar-se através de dor ou ardência ao urinar, inchaço, infecções recorrentes e até acúmulo de secreções. Essa condição pode comprometer seriamente a vida sexual e a fertilidade masculina devido à produção insuficiente de esperma. O tratamento, muitas vezes cirúrgico, é mais eficaz quando realizado antes da adolescência. “A cirurgia, que é feita sob anestesia, recomenda-se que seja geral em crianças, garantindo assim conforto e segurança durante o procedimento”, conclui Antunes.

A fimose e suas complicações vão além do que se pode imaginar. É crucial que tanto homens quanto mulheres estejam informados e conscientizados sobre essa condição e suas possíveis consequências. A prevenção começa com a informação.

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