O secretário de Estado de Saúde, médico Anoar Samad, está acompanhando, neste sábado (07/08), nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, na região do Alto Solimões, as ações de fortalecimento da vigilância sanitária que estão sendo implementadas pelo Governo do Amazonas na tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru. Entre as medidas está a instalação de equipamentos para a implantação de diagnóstico molecular no Laboratório de Fronteira (Lafron), visando fortalecer a vigilância genômica frente ao risco de introdução de novas variantes do novo coronavírus. O Lafron é estrutura pertencente à Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), em Tabatinga, e poderá processar as amostras coletadas nos municípios do Alto Solimões e na região de fronteira para diagnóstico de Covid-19. Na semana passada, foi feito um alerta de um possível surto de Covid-19 na cidade peruana de Islândia, na fronteira com Benjamin Constant. As autoridades sanitárias brasileiras e internacionais atuam para evitar a introdução de novas variantes no estado do Amazonas a partir dos municípios de fronteira com o Peru e Colômbia, e vice-versa. Os equipamentos para biologia molecular foram embarcados no voo que levou o secretário Anoar Samad, ao lado do diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes, e do secretário executivo de Atenção Especializada da Capital da SES-AM, Jani Kenta, e irão permitir a realização no Lafron do diagnóstico, por meio do teste RT-PCR, o exame considerado padrão ouro. As amostras positivas serão enviadas a Manaus para sequenciamento genético e identificação de variantes do novo coronavírus em circulação. “Vamos dar ao Lafron autonomia para a realização de diagnóstico e ampliar a vigilância genômica a partir dos exames coletados nessa região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru”, disse o secretário. O Governo do Amazonas enviou ainda kits de diagnóstico de RT-PCR, testes de detecção de antígeno, insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), além de 3 mil doses de vacina da Janssen para imunização nos três municípios. O imunizante foi priorizado por ser de dose única, para intensificar, de forma rápida, a imunização na região de fronteira, onde há a circulação de pessoas das três nacionalidades. Ação conjunta – A missão na tríplice fronteira tem a participação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Ministério da Saúde, por meio da Força Nacional do SUS, FVS-RCP e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes, ressalta que essa ação faz parte do protocolo previsto no Regulamento Sanitário Internacional. “A vigilância genômica, por meio do diagnóstico molecular, soma-se a outras ações em curso na região, desde a semana passada, quando uma equipe formada por cerca de 30 profissionais de várias instituições se deslocou para a região, com o objetivo de intensificar a vacinação, fazer a testagem para o diagnóstico de casos e rastreamento de contatos, entre outras medidas adotadas em parceria com as prefeituras dos municípios”, disse. Estão na agenda da missão reuniões com o prefeito em exercício de Tabatinga, Plínio Cruz, e o prefeito de Benjamin Constant, David Bemerguy, além da busca do diálogo com autoridades sanitárias do Peru e Colômbia para pactuação de ações coordenadas na área de fronteira, dentre elas a implantação da Sala de Vigilância em Saúde da Tríplice Fronteira. Cenário epidemiológico – Segundo o médico Anoar Samad, as ações de vigilância na tríplice fronteira são preventivas e visam ampliar e fortalecer o enfrentamento da pandemia de Covid 19 entre os três países, tendo em vista que o cenário epidemiológico nos municípios brasileiros está favorável no momento.16:03Jony Clay Borges“Os três municípios têm boa cobertura vacinal, acima de 80% de primeira dose. Benjamin Constant e Tabatinga estão há meses sem caso de internação hospitalar e sem óbitos por Covid-19, mas é preciso estarmos sempre alertas e preparados”, apontou o secretário de Saúde, destacando que a investigação do alerta de surto na cidade segue, mas que, até o momento, não há comprovação de que seja com novas variantes. “Todo esse trabalho que estamos fazendo aqui, que envolve os governos do Estado, federal, as prefeituras, a Opas e as autoridades sanitárias dos outros países, é para criarmos um corredor sanitário para quebrar a cadeia de transmissão do vírus, e em especial a disseminação de novas variantes”.
FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM