A Operação Aceiro 2023, que integra Operação Tamoitotatá 3, tem o intuito de reprimir crimes ambientais em áreas críticas de desmatamento e queimadas nos municípios de Humaitá, Apuí, Boca do Acre, Lábrea e Manicoré
Para conter focos de queimadas durante a estiagem deste ano, o Governo do Amazonas apresentou, na manhã desta segunda-feira (10), ações como o reforço no efetivo de agentes de segurança pública e de meio ambiente na região Sul do Estado. A Operação Aceiro 2023, que integra Operação Tamoitotatá 3, tem o intuito de reprimir crimes ambientais em áreas críticas de desmatamento e queimadas nos municípios de Humaitá, Apuí, Boca do Acre, Lábrea e Manicoré, situados na região Sul do Amazonas.
“Nós estamos fazendo, principalmente nesse período do ano, uma ação integrada na região do Sul do Amazonas. Lembrando que a Operação Tamoiotatá é permanente e que a gente reforça o efetivo nesse período em que aumentam as queimadas e desmatamento”, destacou o governador Wilson Lima, durante coletiva de imprensa, no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) localizado no bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus.
Segundo ele, adicionado ao efetivo, há ainda a atuação da Força Nacional que trabalhará naquela região por até 90 dias. O pedido do governador pelo apoio foi atendido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. “É uma ação integrada e temos agora o efetivo de homens da Força Nacional que também vão integrar essa Operação”.
Efetivo na Região Sul
De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), coronel Orleilso Ximenes Muniz, ainda no domingo (9), um efetivo de 74 bombeiros militares e dez viaturas foram encaminhadas para a região Sul que ficarão até o mês de novembro.
“São quatro levas ao todo com um conjunto de órgãos que vão permanecer até o final de novembro quando entramos no nosso inverno amazônico e nossas queimadas tendem a diminuir. A Operação já está no terreno e vamos permanecer durante todo esse período”.
As equipes contam com o apoio do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Além disso, outros equipamentos ajudarão o efetivo a chegar nas localidades onde há os focos de queimadas com mais rapidez.
“Levamos também drones, uma plataforma aérea muito robusta que dá uma visão de até 15 quilômetros. Em todos esses municípios, nós teremos um comandante que estará linkado com um posto de comando em Humaitá e linkado com o Ipaam. Então, detectado o foco de calor, ele recebe o alerta imediatamente e redireciona para o município que está aquele foco de calor. Aí a ligação é feita de imediato e temos a capacidade, portanto, de deslocar viatura com maior efetividade”.
Redução de dados
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) também se integra a forma tarefa que passa, agora, a atuar no combate direto as queimadas. O secretário da Sema, Eduardo Taveira, destacou que o Amazonas teve uma redução de 55% no número de focos de queimada no primeiro semestre.
“O resultado do primeiro semestre foi muito positivo, nós tivemos 55% de redução do desmatamento no Amazonas se comparado com o mesmo período do ano passado, e isso só mostra que estamos na direção correta no ponto de vista do combate aos problemas ambientais”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro ao dia dois de julho deste ano, a Amazônia Legal registrou 14.079 focos de incêndio. Desses, 412 (2,9%) são no Amazonas, o que torna o estado 6º lugar no ranking de queimadas dos nove estados que compõem esse território. A região Sul do estado concentra 40,3% (166) de focos detectados e a região metropolitana com 19,7% (81 focos).
“Pela primeira vez, nós estamos experimentando uma redução tão profunda do desmatamento da região e a gente espera seguir com os mesmos dados”, disse ainda.
Estiagem em 2023
De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, a estimativa é de que a estiagem deste ano seja mais intensa, dada a influência do fenômeno climático El Niño. O fenômeno inibe a formação de nuvens de chuva permitindo que mais radiação chegue à superfície, resultando em temperatura elevada, propício à propagação de fogo na vegetação seca.
“Estamos saindo de um período de inverno e entrando em um período de verão amazônico e permanência do El Nino. Isso realmente remonta uma preocupação maior porque há uma inversão e junto com essas mudanças climáticas, podemos ter eventos climáticos extremos que trazem preocupações. Hoje essa estiagem está em uma intensidade fraca, podendo chegar a moderada”, apontou o secretário da pasta, coronel Francisco Máximo.
A Operação Aceiro 2023 integra a Operação Tamoiotatá 3, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM) e que conta com a parceria da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp); brigadistas civis; servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
(Foto: Karol Rocha/A CRÍTICA)
Karol Rocha / @acritica