O procedimento inédito traz esperança para pessoas que estão na fila do transplante
Manaus (AM) – David Bennett, de 57 anos, se tornou a primeira pessoa no mundo a ter o coração de um animal batendo dentro do peito. Em uma cirurgia histórica para a medicina, ele recebeu um coração geneticamente modificado de um porco, nos Estados Unidos.
O procedimento inédito traz esperança para pessoas que estão na fila do transplante. Para a agência de notícias Reuters, o filho do homem classificou a cirurgia como “um milagre”.
“Isso é significativo para meu pai, para os Estados Unidos, para o mundo“, disse David Bennett Jr. O filho do paciente ainda comentou que também sofre com problemas cardíacos. “Então, meu pai certamente está mudando o futuro para mim”, afirmou.
“Ele esteve na sala de cirurgia três dias seguidos, está com muito inchaço em todo o corpo e está sofrendo muito. Essa cura será um processo e as primeiras palavras que saíram de sua boca foram ‘não aguento isso’, mas eu sei o quão forte meu pai é”, contou.
Procedimento inédito
O transplante de coração de porco para um paciente humano vivo é um procedimento inédito na história da medicina. Em outubro de 2021, outro time de médicos americanos conseguiu fazer um transplante de rim de porco para humano, mas o paciente estava com morte cerebral.
Dessa vez, a cirurgia durou oito horas, e o órgão veio de um animal geneticamente modificado para não apresentar algumas substâncias que causam rejeição em humanos, além de outras características para encaixar perfeitamente no paciente.
A esperança dos cientistas é que esse tipo de tecnologia abra portas para facilitar os transplantes entre animais e humanos no futuro, diminuindo a fila de pessoas que precisam de um novo órgão. Apesar do sucesso, os médicos pedem cautela. É preciso acompanhar o desenvolvimento do paciente e ver como o novo coração vai se adaptar ao organismo do homem.
O paciente decidiu apostar no procedimento inédito por falta de opções. Ele já tinha esgotado todos os tratamentos possíveis e estava muito doente para se qualificar para um transplante tradicional.
Durante a cirurgia, os médicos perceberam que o coração não cabia perfeitamente, e tiveram que fazer algumas modificações na hora para fazer o órgão funcionar corretamente.
Segundo os médicos, o órgão está funcionando como esperado e, no momento, já faz a maior parte do trabalho. David está sendo monitorado para qualquer sinal de rejeição do órgão e infecções.