Foram aprovados R$ 717 milhões em investimentos, distribuídos em 50 projetos industriais que receberão os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM)
A interiorização das atividades da indústria amazonense foi destaque na 301ª reunião do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam). Na pauta do dia foram aprovados R$ 717 milhões em investimentos, distribuídos em 50 projetos industriais que receberão os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). O colegiado não contou com a presença do recém-empossado superintendente da Suframa, Bosco Saraiva.
Ao todo serão gerados 847 novos postos de trabalho. Dos 50 projetos industriais, 22 são para produção de bens finais e 28 para bens intermediários. 20 deles são para implantação de novas empresas na região Suframa, 26 para diversificação e quatro para atualização das linhas de produção.
O maior investimento deve ser realizado pela Giga Indústria e Comércio de Produtos de Segurança Eletrônica S/A, para a produção de televisor em cores com tela de cristal líquido. Somente este projeto contará com um aporte de R$ 230 milhões para criação de 53 postos de trabalho.
A JTF Indústria e Comércio de Veículos LTDA irá apostar na produção de motocicletas e motonetas. Para isso, serão desembolsados R$ 68,838 milhões, com a previsão de 69 vagas de emprego. A GRSM1 da Amazônia – Fabricação de Bicicletas LTDA espera abrir linha de produção para bicicleta com câmbio com investimento de R$ 11,177 milhões e criação de 104 postos de trabalho. Por fim, o Frigorífico 3 Rios LTDA apostará no beneficiamento de pescado, com projeção de investimento de R$ 1,764 milhões e criação de 25 vagas de emprego, em Itacoatiara.
A iniciativa do Frigorífico 3 Rios LTDA foi indicada pelo Subsecretário Operacional da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, como uma sinalização positiva para a interiorização da Zona Franca de Manaus. O titular da pasta, Pauderney Avelino, reforçou os esforços do governo do Amazonas para atrair as indústrias para o interior.
“Visitamos uma fábrica de açaí na beira do rio, uma fábrica que é em cima de uma balsa do Grupo Bertollini e estou muito impressionado com o trabalho que eles estão realizando, exportando o açaí. Fui ao Iranduba verificar uma indústria de beneficiamento de borracha. que para vocês terem uma ideia, deixou de ser uma prioridade no estado do Amazonas, mas voltou a ser neste governo”, disse o secretário.
A superintendente-adjunta Executiva, Ana Maria Souza, que representou Bosco Saraiva na reunião, reforçou as diretrizes indicadas pelo novo comando para a modernização, integração e a interiorização das ZFM. Segundo ela, as prioridades indicam o desejo do governo federal para o fortalecimento da indústrial local.
“Tanto a modernização, quanto integração e interiorização vem caminhando para o que o governo federal trace o que é o contexto de ações para a neoindustrialização do Brasil. A gente sabe que a indústria tem perdido muita força ao longo das últimas duas ou três décadas, o próprio polo industrial, o nosso valor adicionado bruto que era, em 2010, com participação de 31%, em 2020 chegou a 26%. Então a gente perdeu muito, aumentou um pouquinho, para 27%, mas é um conjunto de ações que estão sendo trabalhadas para o fortalecimento desse setor secundário que é a mola propulsora da arrecadação e da questão financeira do estado do Amazonas”, declarou Ana Maria.
Na reunião do Codam também foi resolvido o impasse sobre a classificação do projeto para fabricação de biodiesel, indicado ainda no ano passado pela Terra Serviços e Soluções. Inicialmente, a proposta havia sido classificado como bem final, mas após uma série de pedidos de vistas, em comum acordo com a empresa, houve uma mudança na classificação para produto reciclável.
(Foto: Márcio Silva / A Crítica)
Fonte: @acritica