Presidente da Câmara dos Deputados disse que é “como dançar junto, quem sabe até separado, mas sem pisar no pé de ninguém”
Em meio à escalada da crise institucional entre Executivo e Judiciário, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), lembrou neste sábado (7) do “sistema de freios e contrapesos que formam a separação entre os Poderes” e o comparou como uma dança, “mas sem pisar no pé de ninguém”.
“Neste fim de semana, sejamos ainda mais inspirados pelos ensinamentos de Aristóteles, Locke e Montesquieu, quando pontificaram sobre o sistema de freios e contrapesos que formam a separação entre os Poderes”, afirmou.
“É como dançar junto, quem sabe até separado, mas sem pisar no pé de ninguém. Assim é um baile bom, assim é a vida, deve ser a nossa convivência civilizada e sempre democrática, sempre harmônica, sempre independente”, completou.
A declaração de Lira ocorre após diversos ataques feitos nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) as instituições, democracia e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
Os ataques se dão no contexto de que Bolsonaro tenta emplacar o voto impresso, medida que foi rejeitada nesta semana por comissão especial. Lira anunciou, neste sexta-feira (7), que levará a proposta para ser analisada em plenário da Câmara. Diversos integrantes partidários são contrários ao texto.
O voto impresso virou uma das principais bandeiras de Bolsonaro e tem gerado conflito entre os Poderes Executivo e Judiciário. O titular do Palácio do Planalto tem colocado em suspeição a realização das eleições de 2022 caso a medida não seja implementada no país.
Após se tornar alvo do inquérito das fake news’, em tramitação no STF, Bolsonaro reagiu e disse que embora jogue “dentro das quatro linhas da Constituição”, também joga, se preciso for, “com as armas do outro lado”.
Lira avaliou que “a disputa já foi longe demais” e criticou qualquer declaração ou ideia, como pregou Bolsonaro, de avançar fora das quatro linhas da Constituição. “Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule independência e de harmonia entre os Poderes, ainda mais como chefe do Poder que mais representa a vontade do povo brasileiro. Este é o meu papel e não fugirei jamais desse compromisso histórico e eterno”, disse o presidente da Câmara.