Membros da Loja Maçônica Esperança e Porvir Nº 1 comemoraram a história de uma das organizações mais antigas presente no estado
Manaus (AM) – Em comemoração aos 150 anos da maçonaria no estado, a Loja Maçônica Esperança e Porvir Nº 1 realizou neste sábado (14) um grande evento com feijoada e atrações musicais. A celebração aconteceu na rua Bernardo Ramos, Nº 118, no Centro, no salão de festas Esperança e Porvir.
Para o Em Tempo, integrantes da Loja comentaram sobre a importância do evento e da maçonaria no Amazonas, assim como os significados e a história por trás de uma das organizações mais antigas presente no estado.
Fundada em 1872, a Loja Esperança e Porvir Nº 1 possui uma longa história no estado do Amazonas. Um dos integrantes da Loja, o Presidente da Comissão dos 150 anos da maçonaria no Amazonas Eduardo Leite, carrega anos de vida na maçonaria. A família está presente na organização há 50 anos, enquanto ele há 11 anos.
Para ele, a data é simbólica e importante porque poucas instituições no estado possuem uma datação tão antiga e histórica, algo que impacta o Amazonas e, principalmente, os maçons.
Assim, conforme Eduardo Leite, a data comemorativa expressa as atividades realizadas ao longo dos anos pela maçonaria para a sociedade amazonense.
“A maçonaria é uma instituição filantrópica e que tem como objetivo tornar a humanidade feliz. Então todas as nossas ações são voltadas para a população amazonense. Apesar de sermos uma ordem discreta, não somos secretas há muito tempo”, explica.
Um dos exemplos de ações realizadas pela Loja Esperança e Porvir Nº 1 no Amazonas, de acordo com Eduardo, foi a distribuição de uma média de cinco mil ranchos na antevéspera de Natal.
“São várias as ações de todas as lojas. Nós temos 50 lojas no interior e na capital e nós temos quase 2,5 mil obreiros. Todos esses irmãos são imbuídos em ajudar a nossa cidade de um modo melhor”, afirma Eduardo.
Além das ações sociais, a Loja Esperança e Porvir também realiza atividades voltadas para o meio ambiente.
“Temos 150 irmãos, todos nós fazemos parte desta sociedade onde preservamos o meio ambiente. Nós temos projetos, e um local onde preservamos e fazemos plantações. Criamos tudo que precisa para que o ecossistema seja melhorado. Isso é um dos nossos objetivos, tudo está coligado, tanto a parte filantrópica, quanto a parte do ecossistema”, observa.
O integrante da Loja Amazonas Nº2, o médico-cirurgião Raymison Monteiro, observa que há uma grande relação entre a maçonaria e a vida pública.
“A maçonaria se presta e se propõe a ajudar as pessoas, e nós também, da vida pública, queremos ter esse objetivo. Então essa tendência de ajudar traz virtude para o homem e para o maçom também”, explica Raymison.
União na maçonaria
Uma das bases para a maçonaria continuar presente no Amazonas, assim como realizar as ações efetivas e de solidariedade para o povo amazonense, segundo o Sereníssimo Grão-Mestre Licenciado, Marcelo Peixoto, é a união entre os membros.
“A nossa união é muito consolidada, por isso que até hoje a maçonaria consegue ficar sólida. Nós sempre estamos atrás de crescer muito, e ajudar a sociedade, que é o principal objetivo da maçonaria hoje no mundo inteiro”, pontua.
Conforme o Sereníssimo Grão-Mestre Licenciado, Marcelo Peixoto, o evento foi pensado como uma forma de custear o próximo grande evento no Teatro Amazonas.
“Estamos começando a arrecadar fundos, porque a maçonaria não é rica, mas os irmãos contribuem. Todo mundo sabe que a maçonaria faz a seriedade, ela torna sério todo evento que a gente tenha que construir. Então, todas as pessoas depositam confiança na gente. Estamos começando a arrecadar fundos para que esta festa em outubro seja muito bonita”, conta.
A mulher na maçonaria
Para o Em Tempo, a Zélia Aragão Peixoto, esposa do Sereníssimo Grão-Mestre Licenciado Marcelo Peixoto, que esteve presente na comemoração com a família, contou que o evento é importante, pois representa o início da maçonaria no Amazonas. Também ressaltou a importância da mulher na organização.
“O trabalho que a maçonaria faz não é direcionado apenas para o homem, porque nós mulheres sempre ajudamos nesse lado da filantropia. Então temos esse papel de dar apoio para o homem e ao marido nesses trabalhos, e agregar a família a estas atividades filantrópicas, e ajudando sempre a sociedade amazonense”, disse Zélia.
Conforme a Célia Salim, esposa do Eminente Grão-Mestre Adjunto Licenciado Tufi Salim Jorge Filho, a maçonaria não é voltada apenas para o homem, na verdade, a organização precisa do apoio da mulher, tanto na filantropia, nos valores, como também na cultura.
“É preciso resgatar a cultura da maçonaria que também precisa estar presente. Precisamos conhecer a história, a filosofia, pois tudo envolve a maçonaria. Então a mulher se faz presente quando ela traz o filho, o neto, os bisnetos e as avós para presentear. Isso é acolhedor, e com esse propósito a maçonaria consegue crescer e ficar por mais de 150 anos”, afirma Célia.
Para ela, a maçonaria está envolvida em vários setores da vida, como revoluções e conquistas que marcaram a história do país e do Amazonas.
“Participar do evento é um marco, pois ele resgata esses 150 anos da maçonaria, trazendo o brilhantismo e juntando essa família universal que é a maçonaria”, observa Célia.
Marcos históricos
De acordo o Eminente Grão-Mestre Adjunto Tufi Salim Jorge Filho, as Lojas Esperança e Porvir Nº1 e Amazonas Nº2 foram as pioneiras no estado a desenvolver um trabalho na abolição de escravos. O evento histórico também é lembrado pelo secretário de esportes e eventos Bosquinho Poeta.
“O significado é de grande credibilidade, porque a maçonaria, desde a inconfidência mineira, participa dos momentos cívicos do nosso país, inclusive o Amazonas foi o segundo estado a abolir a escravidão, e a maçonaria foi a responsável por isso”, lembra Bosquinho Poeta.
Celebração
O evento foi aberto ao público e reuniu pessoas que prestigiaram a comemoração dos 150 anos da maçonaria no Amazonas com as famílias e os amigos.
Além da feijoada, e da venda de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, o evento também contou com a apresentação de três bandas ao longo do dia. A primeira a abrir as atrações foi um grupo de pagode que iniciou o show por volta de 13h.
“Estamos muito felizes com essa feijoada, bastante maravilhosa, com os maçons convidados, nossos irmãos muito felizes, e com nossas esposas”, conta o iminente mestre licenciado Tufi Salim.
Em seguida, veio uma banda de Boi-Bumbá que animou a festa das 16h até às 18h. Por fim, encerrando a noite, o cantor Adrianinho Star apresentou diversos gêneros musicais com o teclado e outros instrumentos musicais.
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