Segundo estudo, mais da metade dos serviços de saúde declarou ter estoque de testes de Covid e influenza para menos de sete dias
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp) e divulgada nesta segunda-feira (17) mostra que 88% dos laboratórios privados no estado de São Paulo enfrentam problemas para a reposição de testes contra Covid-19 e influenza.
Segundo o SindHosp, o dado foi levantado em uma pesquisa realizada com 111 laboratórios privados na semana de 10 a 14 de janeiro. A pesquisa constatou um aumento nas testagens para influenza em 92% dos laboratórios nos últimos 15 dias e para Covid-19 em 99% dos serviços de saúde nesse mesmo período.
Em algumas regiões do interior do estado, como Jacareí e São José do Rio Preto, o aumento no número de testes para Covid foi de 100% em 92% dos laboratórios e de 501% a 1.000% em serviços.
O aumento da demanda dos pacientes para realizar testes pode provocar um desabastecimento, segundo a entidade. De acordo com a pesquisa, mais da metade dos serviços de saúde declarou ter estoque de testes para Covid e influenza para menos de 7 dias e 22,5% dos laboratórios possuem estoque para 15 a 21 dias. Nesse grupo, a maioria dos laboratórios está localizada no interior.
De acordo com o presidente do SindHosp, médico Francisco Balestrin, pode repetir-se o que aconteceu no ano passado quando a variante Delta da Covid-19 levou à superlotação dos hospitais, provocando falta generalizada de materiais, medicamentos e até oxigênio.
“Não há previsão de prazo para saber até quando poderemos manter o atendimento laboratorial nesses níveis tão elevados, pois os estoques variam muito entre os laboratórios e as regiões, sendo que o desabastecimento atinge mais rapidamente pequenos e médios laboratórios, já que as grandes redes possuem maior capacidade de compra e de estocagem”, explica.
A pesquisa também constatou a predominância de pacientes da faixa etária de 30 a 50 anos nos testes positivos de Covid-19. No levantamento, 75% dos laboratórios informaram utilizar o teste PCR e 25% o teste rápido/antígeno. O estudo revela ainda que 73% dos laboratórios afirmaram que podem oferecer a possibilidade de realizar testes de sequenciamento genético para diferenciar a variante do coronavírus, desde que esse pedido seja feito pelos pacientes.