- Estudo do CIEAM mostra que o grande destaque deste início de ano da Zona Franca de Manaus (ZFM) é a produção de aparelhos de ar-condicionado, cujo crescimento chegou a 1.474%
- No setor de Informática, outro produto em alta na região são os microcomputadores portáteis, com aumento de 327%
- Os empregos no estado do Amazonas também seguem crescendo e somaram 153 postos formais
A Zona Franca de Manaus (ZFM), segundo maior produtor de aparelhos de ar-condicionado do mundo, iniciou 2024 a todo vapor. A região tem capacidade de produzir 5 milhões de aparelhos por ano. Em janeiro, a produção desses itens na ZFM subiu 1.474% quando comparada ao resultado obtido no mesmo mês de 2023. No mesmo período, a produção de unidades condensadoras para aparelhos de ar-condicionado do tipo Split subiu 1.320%.
Esse bom desempenho é alavancado pelas previsões meteorológicas de aumento de temperaturas, atribuído ao fenômeno climático El Niño. Um bom exemplo é a atual onda de calor espalhada pela maior parte do Paraná e do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso – e que, segundo os meteorologistas, ainda deve se manter pelos próximos 10 dias.
Esses números promissores da indústria de aparelhos de ar-condicionado fazem parte do PEA (Painel Econômico do Amazonas), levantamento realizado pelo CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), com informações relevantes sobre a atividade da ZFM (Zona Franca de Manaus), disponibilizadas por várias fontes.
E não é apenas esse segmento que está em alta na ZFM: os microcomputadores portáteis também apresentam uma sensível evolução nesse estudo do CIEAM, com incremento de 327% na indústria da região neste período. Esse dado confirma o bom momento do setor de Bens de Informática, indicando alta da indústria de 13% em janeiro em relação a dezembro e 5% em comparação com igual mês de 2023. O segmento de Bens de Informática liderou o crescimento da Indústria de Transformação do Polo Industrial de Manaus (PIM) em fevereiro, atingindo uma elevação de 32,2% sobre janeiro, seguido pelo setor de Produtos Químicos (+ 31,2%).
“Os últimos meses de 2023 foram severamente prejudicados pela Grande Seca, mas a retomada neste início de 2024 está compensando com sobras o prejuízo de 2023”, comenta Luiz Augusto Rocha, presidente do CIEAM.
Empregos
Produção em alta, empregos, idem. Em fevereiro, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Amazonas somou 521.153 postos formais, alta de 4,8%, comparado a igual mês de 2023. Destacada, a Indústria da Transformação, com 119.100 empregos, registrou incremento de 4,52%.
IBCR-AM
No geral, a economia do Amazonas segue em curva ascendente, com crescimento de 10,7% em fevereiro, no comparativo anual, segundo o IBCR-AM (Índice de Atividade Econômica Regional do Amazonas), divulgado pelo Banco Central. O crescimento da economia amazonense só não foi maior em fevereiro, ante janeiro, por causa do desempenho negativo da Indústria Extrativista, com queda de 9,7%; Comércio, 5,4%; e Serviços, 2,5%.
Faturamento do PIM
No quesito faturamento, a economia amazonense também começou 2024 em alta. Os indicadores são da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Em janeiro de 2024, o faturamento total do PIM foi de R$ 15,3 bilhões, volume 13% superior a igual mês de 2023. Comparado a dezembro, o crescimento é ainda maior: 24%.
Individualizando os três principais setores, todos iniciaram 2024 em alta.
- Setor de Informática: R$ 3,4 bilhões, 5% superior no comparativo anual e 13%, no mensal;
- Setor de Duas Rodas: R$ 2,8 bilhões, 23% superior no comparativo anual e 20%, no mensal;
- Setor Eletrônico: R$ 2,6 bilhões, 7% superior no comparativo anual e 21%, no mensal.
“A continuar o ritmo ascendente, as projeções do CIEAM para o faturamento do PIM em 2024, em torno de R$ 188 bilhões – crescimento de 8,9% sobre 2023 –, tendem a se concretizar, e até se superar”, acrescenta o presidente do CIEAM.
Sobre o PEA
O Painel Econômico do Amazonas é uma análise da conjuntura econômica do Amazonas elaborada mensalmente pelo CIEAM com base em informações públicas de instituições como IBGE, Suframa, ComexStat e Abraciclo, além de utilizar dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego. O principal dado disponível para análise é o IBCR-AM, número-índice publicado mensalmente pelo Banco Central como versão regionalizada do IBC-Br, a estimativa mensal do PIB brasileiro. O Banco Central compõe o IBCR-AM pelos resultados das pesquisas mensais efetuadas pelo IBGE, incluindo os principais setores da economia: Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária.
Sobre o CIEAM
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM). Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2023, movimentou mais de 172,6 bilhões.