Segundo o Corpo de Bombeiros, funkeiro de 23 anos foi levado em estado grave para o Miguel Couto, na Gávea
O funkeiro MC Kevin, de 23 anos de idade, morreu após cair da varanda de um apartamento do 11º andar de um prédio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio, na noite deste domingo (16).
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio confirmou a entrada de Kevin no hospital e informou que seu estado de saúde era muito grave. Alguns minutos depois, trouxe a notícia de que o funkeiro não havia resistido aos ferimentos.
MC Kevin foi uma voz que representou a superação para milhões de fãs do funk de São Paulo, com sucessos recentes que transitaram entre a ostentação, as conquistas amorosas e as mensagens de apoio à nova geração “consciente” no estilo.
Seja exaltando conquistas amorosas ou vitórias na dura vida da periferia de SP, o que sobressaiu foi a personalidade marcante de Kevin Nascimento Bueno. Ele ajudou a popularizar o bordão “esquece”, adotado por uma geração de fãs e outros artistas.
Entre os sucessos que não serão esquecidos estão os versos sensuais de “Veracruz” e “Cavalinho” (com MC Don Juan) e os aspiracionais de “Cavalo de tróia”. Ele era “O menino que encantou a quebrada” (outro grande hit de Kevin), com canto de funk mais melódico e pose malandra.
Bastante ativo entre os artistas, o músico de 23 anos, da Zona Norte de SP, também participou de parcerias com outros MCs que fazem crônicas sobre a vida difícil e o cotidiano das favelas, com críticas sociais assertivas.
Um dos maiores sucessos com a voz de Kevin é “Vergonha pra mídia”, parceria com outros MCs do funk consciente, liderada por Salvador da Rima. A faixa se tornou um hino instantâneo da juventude de periferia ao unir funk e rap de protesto.
Outra parceria recente de sucesso da qual Kevin participou em 2021 foi “Hit do ano”, com os então colegas da produtora de funk de São Paulo GR6, da qual ele fazia parte.
Mas no pacote do artista com presença marcante também estavam as brigas, inclusive com a própria produtora, com a qual ele rompeu recentemente.
As diversas disputas na qual ele se envolveu recentemente, da produtora aos vizinhos do prédio onde morava em Mogi das Cruzes, levou um fã a comentar no clipe de “O menino que encantou a quebrada” no YouTube: “Saudade de quando Kevin só lançava música boa e não polêmica”.https://249c41758534cbd41cd4392faa34cb94.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0
Mas ele continuava ativo. Também neste ano Kevin lançou o EP “Fênix”, com letras que mostram bem seu estilo: confessional, direto e sem aparas, como em “Maconheiro nato” e “Vida de solteiro é bom”.
Nessa fase recente turbulenta, um mês antes de morrer, ele lançou uma faixa chamada “Minha última música”. Os versos resumem bem sua mensagem, com mistura de críticas sociais e superação pessoal.
“Falar que o funk é crime pro governo é concorrente / Saber que o sonho do filho dele é ser um da gente / Meu brilho tá brilhando mais que sua sirene”, ele cantou no funk final.