Prefeito do município, Adail Filho, chegou a ser preso em setembro deste ano. Ele é investigado por esquema que teria movimentado cerca de R$ 100 milhões. Adail Filho chegou a ser preso no dia 26 de setembro Reprodução/Rede Amazônica O Ministério Público do Amazonas (MPAM), pela 1ª Promotoria de Justiça de Coari (1ª PJC), investiga possível retaliação por parte da Prefeitura do Município contra um engenheiro civil que testemunhou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O servidor, segundo o órgão, passou por relotação e não recebeu o pagamento. Ele depôs durante Operação Patrinus, que investiga a possível participação do prefeito de Coari, Adail Filho, em um esquema que teria movimentado R$ 100 milhões. Em nota, a defesa de Adail informou ao G1 que a mudança de lotação do servidor ocorreu antes do prefeito de Coari ter conhecimento sobre os termos da investigação ministerial.
A Prefeitura informou ainda que o servidor foi lotado na Secretaria de Meio Ambiente “para projetar um lixão e um abatedouro, obrigações estas que não foram concluídas até hoje”. “Após a prestação de seu depoimento e da realização da operação Patrinus pelo MPAM, o servidor sofreu relotação e ausência de pagamento de sua remuneração”, explicou o Promotor de Justiça Weslei Machado, titular da 1ª PJC.
De acordo com o Promotor, no dia 8 de agosto de 2019, algumas semanas depois de prestar depoimento ao Gaeco, o engenheiro foi transferido da Secretaria Municipal de Obras para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde não há o desempenho de nenhuma das atribuições inerentes ao cargo de Engenheiro Civil. No mês de outubro, logo depois da deflagração da Operação Patrinus, a remuneração de Geraldo, testemunha da operação, não foi paga pela Prefeitura de Coari.
Segundo o Promotor de Justiça, o ato poderá caracterizar improbidade administrativa por “violação dos princípios da legalidade, da moralidade administrativa e da impessoalidade”. Com relação à ausência de remuneração, a defesa de Adail afirmou que “o servidor, simplesmente, ficou fora de seu posto de trabalho durante o mês de outubro inteiro, tendo, por lógica, recebido falta. Segundo apurado, o servidor informou ao secretário de meio ambiente que viajaria para Manaus por dois dias e, no entanto, passou 30 dias, sem apresentar nenhuma justificativa. Este evento foi encaminhado à Procuradoria do Município para adoção das medidas pertinentes”.
Pedidos iniciais da investigação O MPAM requereu do prefeito e do secretário de Administração de Coari cópia da Ficha Financeira dos anos de 2018/2019 dos servidores públicos Geraldo Severino da Costa Sobrinho, Ildison Barroncas Passos e Gilmar Ferreira Barbosa; informações sobre a razão da ausência de pagamento da remuneração do mês de outubro de 2019 de Geraldo Sobrinho, bem como a cópia de sua ficha de frequência do mês. Do secretário Municipal de Obras de Coari, o MPAM pediu explicações dos motivos para a relotação do servidor na Secretaria de Meio Ambiente. Ao secretário de Meio Ambiente, o promotor de Justiça requereu a descrição das atribuições desempenhadas pelo engenheiro na secretaria, além de cópia de sua folha de ponto de outubro de 2019.
Operação Patrinus A ação contou com quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas. Segundo o MP-AM, as investigações levaram mais de 18 meses. O órgão apura situações que aconteceram durante os anos de 2017 e 2018.
Os valores envolvem fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados. A Operação Patrinus contou com a atuação de quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e contou com a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas.
Fonte: G1