Identificar os reais autores e a dinâmica das cenas de crimes, comprovar a inocência de suspeitos acusados falsamente e ajudar na divulgação e informação de pessoas desaparecidas, são áreas que necessitam do trabalho desempenhado pela perícia especializada em genética forense.
No Amazonas, o Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (IC-LSB), do Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC), órgão subordinado à secretaria estadual de Segurança Pública (SSP-AM), dispõe de um laboratório exclusivo para essas funções.
Este tipo especializado de perícia é aplicado em crimes que deixam vestígios de materiais biológicos, sendo comuns em ocorrências de crimes contra vida, contra o patrimônio e, ainda, nos casos de violência sexual.
A perícia de genética forense é utilizada também em outras circunstâncias, como no reconhecimento de pessoas sem identidade conhecida, sejam vivas ou falecidas. Nestes casos, a comparação de DNA ocorre com os familiares do desaparecido, por determinação de vínculo genético de parentesco.
A gerente do laboratório de genética forense do Instituto de Criminalística, Daniela Koshikene, explica o domínio de técnicas e múltiplos conhecimentos que os peritos que atuam nesta área precisam ter.
“De modo geral, é necessário treinamento em extração de DNA, marcadores moleculares, genética de populações, estatísticas, controle de qualidade e demais metodologias e procedimentos de identificação humana genética”, enumera.
Ainda de acordo com a gerente, no Amazonas há sete peritos atuando exclusivamente na área genética, além de mais dois com capacitação para realizar estas perícias.
Coleta de dados – O processo de coleta dos vestígios de sangue, esperma e pelos humanos ocorre, na maioria das vezes, no local do crime ou durante o exame nas vítimas, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML). Existe, ainda, a possibilidade de a amostra ser feita através de busca e apreensão por autoridade policial.
Os vestígios contendo informações de DNA permanecem armazenados em baixa temperatura, de forma a evitar degradação do material biológico e possibilitar a realização de novos exames, mesmo após longo período desde a coleta.
Banco de perfis genéticos – Desde 2011, o Amazonas possui um banco de dados de perfis com informações genéticas. Estes dados são inseridos através de coletas provenientes de vestígios de crimes, condenados por crimes violentos ou suspeitos.
O banco também é alimentado com perfis biológicos de familiares de pessoas desaparecidas, além de restos mortais não identificados. Todos esses perfis são de diferentes crimes, ocorrências, épocas e locais.
Os dados armazenados são confrontados com os perfis existentes no próprio banco estadual, como também com os dados de outros estados e, ainda, por meio do Banco Nacional de Perfis Genéticos.
FOTOS: Erikson Andrade/SSP-AM
No Amazonas, Instituto de Criminalística tem laboratório exclusivo para realizar perícias na área de genética forense
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