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Ótimo pra uns, perigoso pra outros: será que você deve experimentar swing?

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Casada há 15 anos, a autônoma Renata*, 40 anos, de São Paulo, e o marido decidiram ir às casas de swing. Os motivos? Uma pitada de curiosidade e o desejo de viver uma aventura em casal. As idas agradaram aos dois, que passaram a frequentar o local por bastante tempo, chegando a trocar de casal e até a fazer ménage.

“Eu podia me vestir igual uma periguete, dançar pelada no pole dance da balada, me fez sentir desejada. E essa sensação é muito boa! Mas era difícil o swing, de fato, acontecer – quando eu gostava do casal, meu marido não gostava. Às vezes, rolava até uma discussãozinha”, diz Renata.

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O novo cenário fez com que o desejo entre marido e mulher aumentassem, mas, logo depois, a relação caiu na rotina de novo. Apesar disso, a autônoma diz não se arrepender de nada, já que naquela ocasião a experiência foi boa para eles.

Para ela, a troca de casais pode ser boa, mas, definitivamente, swing não é para todos. “A intimidade que se cria com pessoas próximas, que conhecemos por lá, faz com que elas acabem achando que têm a liberdade de interferir na vida do casal”, afirma.

Mas, afinal, swing é para quem?

Segundo a sexóloga Gislene Teixeira, especialista em relacionamentos, o perfil da pessoa ou casal precisa ser de mente aberta, sem ciúme ou apego. É necessário curtir novidades com parceria e cumplicidade. Também é importante não haver tabu nem preconceito na relação e estar disposto a ir na mesma direção do par.

“O swing será bom para casal que entende e tem seus combinados do que pode e do que não pode, de qual é a estrada que vão percorrer, em busca de quê, quais são os limites e qual é a hora de avançar, parar ou até mesmo retroagir, que entende que ninguém é dono de ninguém e, ainda assim, escolheu estar e ficar junto”, aponta a profissional.

Do mesmo modo, é contraindicado para muitos. A especialista explica que pessoas ciumentas, possessivas e que não respeitam os prazeres e fantasias do parceiro costumam não ter boas experiências no swing. Ser mais fechado para o que vai contra o tradicional também é um fatores impeditivo.

Outro público que pode não se dar bem são casais com histórico não resolvido de traição, conforme lembra Lelah Monteiro, sexóloga e psicanalista. Isso porque a situação pode trazer de volta toda a insegurança do episódio vivido.

“Sem tudo isso, na hora H acontecem as crises de ciúmes, as comparações entre os parceiros e as formas de tratamento, a desconfiança e o arrependimento”, argumenta a profissional.

Pontos positivos X negativos

Com relação aos prós da ida à casa de swing, a sexóloga Gislene destaca a quebra da rotina, a possibilidade de (re)acender o desejo, o sexo e o prazer, a busca por novas ou antigas fantasias, fortalecimento dos vínculos, ativar novos sentidos e instigar a exploração dos gostos, cheiros, toques e visão, entre outros. Entretanto, há um lado ruim.

Possíveis problemas são esperados para quem é mais ciumento, possessivo e cabeça fechada. Mas não para por aí: se a intenção for frequentar o local para salvar a relação, também não deve funcionar.

“Jamais se deve ir em busca de prazeres, quando o relacionamento estiver comprometido, com pequenas rachaduras ou grandes fraturas, pois com certeza será levado a óbito – se não de imediato, em curto espaço de tempo”, alerta a especialista. Os riscos com a saúde também devem ser considerados.

De acordo com a sexóloga clínica Claudia Petry, é preciso ter cuidado com as relações desprotegidas. É claro que a premissa não se limita às baladas liberais, porém, se deixar levar e não usar preservativo, por exemplo, pode levar às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST ‘s).

Ir ou não ir, eis a questão

Em primeiro lugar, Lelah garante ser preciso ter muita consciência sobre aquilo que se quer e entender que, mesmo o swing sendo apenas sobre sexo e não envolvendo amor, a prática pode trazer consequências emocionais individuais e, também, para o casal.

“Muita gente resolve fazer swing pelo ‘oba-oba’, algo totalmente errado. A primeira pergunta a fazer é: ‘Eu, como pessoa, tenho maturidade para segurar esse rojão?’, além de: ‘Meu relacionamento está suficientemente bem resolvido para passar por essa experiência sem abalos?”, afirma a psicanalista.

Antes de tomar essa decisão, vale ainda pesquisar mais a fundo sobre as casas de swing, a fim de entender melhor como são e o que costuma rolar por lá. Após isso, é bom esclarecer para si mesmo o porquê está querendo ir e ter plena certeza de que não agirá com ciúme ou possessividade, por exemplo.

Se a decisão é visitar a balada liberal, a principal dica é começar devagar, sobretudo porque os impactos da experiência podem ser diferentes para cada pessoa. Além disso, as profissionais lembram a importância de respeitar os combinados prévios.

Se não tiver certeza, não vá

“Se há dúvida, não faça, independentemente de quem não esteja certo. Antes de partir para a casa de swing, é muito importante avaliar se não terá ciúmes, insegurança ou se seu par não irá apresentar esses sentimentos durante a troca de casais, ou até mesmo após”, orienta Claudia.

Para resolver essa incerteza, a sexóloga clínica sugere imaginar a cena, pensar em como seria e, a partir disso, perceber como se sente. “Se o que você sentir não for algo confortável, fale isso ao seu par. Não há momento que vale o risco de uma relação se não for saudável”, observa a especialista.

Gislene acrescenta que as experiências negativas nas baladas liberais podem trazer consequências bem negativas, impactando a vida pessoal e conjugal. Disso, podem surgir desconfortos, desconfianças extremas em diversas esferas e abalos na autoestima, podendo evoluir para um quadro depressivo.

“Na esteira da autoestima destruída, vem também autoimagem, amor-próprio, autovalor, autocuidado que destrói como um combo. Fazer esse resgate e reconstruir tudo isso pode ser um trabalho de força extraordinária e sem garantias”, pondera a sexóloga.

Por isso, Gislene insiste: casas de swing não são para todo mundo. Como não é possível prever como alguém vai lidar ao ter seus sentimentos impactados pela experiência negativa, a decisão de ir (bem como a de experimentar de novo) precisa ter maturidade e ser muito bem pensada.

Nota: Nome alterado a pedido da entrevistada.

Fonte: Uol

Foto: Divulgação

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