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PCC movimentou R$ 3 bilhões com o tráfico de drogas, diz promotor

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Deleção de piloto envolvido na morte do Gegê do Mangue e Paca, em 2018, foi fundamental para investigar a lavagem de dinheiro

A delação do piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais foi o que permitiu aos federais descobrir quem era o Tio, o doleiro misterioso detectado pela primeira vez na Operação Shark. Feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), ela encontrou planilhas que indicavam a movimentação de R$ 1,2 bilhão pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) com o tráfico de drogas. Trata-se de um valor hoje considerado ultrapassado pelos investigadores, depois que o chamado Banco do Crime foi desvendado pela Polícia Federal.

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“Com os dados da Operação Tempestade e da Operação Sharks, ficou claro que o PCC mantinha operações para movimentar dinheiro do tráfico entre a Holanda, o Paraguai e o Brasil. Juntas, somam cerca de R$ 3 bilhões com o tráfico doméstico e o internacional”, diz o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco. Para ele, esse é o caminho do dinheiro da organização criminosa. “Não se trata de dinheiro particular dos narcotraficantes que a integram”, afirma.https://d4d4ec431c6de21a3c5086b595ccccc2.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O piloto teve a sua colaboração homologada pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Ele foi preso sob a acusação de ter participado dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em 2018.

Morais era o piloto da aeronave que levou os dois lideres do PCC para uma armadilha, no Ceará, sob as ordens de Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, então responsável pelos contatos do PCC com a Ndragheta e com a máfia sérvia para o envio de drogas para a Europa. Gegê e Paca foram mortos a mando da cúpula da facção, que suspeitava estar sendo passada para trás pelos dois. Dias mais tarde, Cabelo Duro também foi assassinado em uma queima de arquivo. Preso, o piloto decidiu colaborar.

De acordo com a PF, “os investigados tinham pleno conhecimento de que estavam envolvidos em atividades ilícitas, em especial dando suporte à lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas”. Segundo o piloto, o doleito Wilson Decaria Júnior, o Tio, ligado ao grupo dos Nemans, teria sido o responsável por cuidar da movimentação do dinheiro do PCC.

Cabelo Duro foi para a Holanda conhecer o esquema. O dinheiro era entregue em espécie a um emissário do Tio, que tinha um código de confirmação do número de série de uma nota, que servia de senha para identificar quem ia receber o dinheiro, normalmente, em hotéis. O dinheiro era depositado na Europa e transferido dali para a China.

“A transferência ocorria mediante esquema de doleiros chineses ligados ao comércio da Rua 25 de Março, de São Paulo”, contou o piloto. A PF conseguiu acessar arquivos dos investigados, confirmando as remessas. Também obteve diálogos em aplicativos de mensagens entre os Nemans e Morais. “Sem a colaboração de Felipe (Morais), os dados extraídos dos arquivos de nuvem seriam ininteligíveis, pois dificilmente conseguir-se-ia dar sentido aos mesmos, portanto podemos afirmar a eficiência de Felipe no que tange à participação de Neman em operação de lavagem de ativos ilícitos.”

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