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EMPREGOS e OPORTUNIDADES

Pediatras participam de capacitação para manejo de crianças com Sífilis Congênita

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Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu nesta sexta-feira, 6/10, um curso de Atualização em Manejo da Criança Exposta e com Sífilis Congênita nos Ambulatórios de Seguimento do Bebê de Alto Risco, direcionado para médicos pediatras.

A programação, realizada no Complexo de Saúde Oeste, no bairro da Paz, foi conduzida por técnicos da diretoria de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e de Saúde do Trabalhador (DVAE/Semsa), dividida em duas turmas com 30 médicos, e abordou o cenário epidemiológico no Brasil, Amazonas e Manaus, o manejo clínico da Sífilis adquirida, Sífilis em gestante e Sífilis Congênita.

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A técnica do Núcleo Controle de HIV/Aids, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e Hepatites Virais da Semsa, Ylara Costa, explicou que a capacitação é uma forma de atualização e reciclagem de conhecimentos, além de ajudar a alinhar o fluxo de atendimento para que seja possível oferecer um cuidado mais qualificado aos pacientes.

“É a primeira vez que fazemos esse tipo de atualização direcionada a profissionais que atuam especificamente nos Ambulatórios de Seguimento do Bebê de Alto Risco, que são unidades de referência da Semsa no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças que precisam de um cuidado a mais nos primeiros meses de vida. Esse é o caso de crianças que nascem com Sífilis Congênita ou que foram expostas à Sífilis na gestação”, destacou Ylara Costa.

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a Sífilis é uma IST e pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha (Sífilis adquirida ou Sífilis em gestantes) ou por transmissão vertical, da mãe para o feto (Sífilis Congênita).

Segundo Ylara Costa, em 2022, Manaus registrou aproximadamente 1.800 casos de crianças que foram consideradas como expostas à Sífilis, situação em que a mãe da criança foi infectada durante o período gestacional ou foi diagnosticada com a doença no pré-natal.

“Quando a gestante não realiza o tratamento adequado durante o pré-natal, dentro do tempo oportuno, a criança pode nascer com a Sífilis Congênita. Mas, mesmo em caso de tratamento e cura da mãe na gestação, e com o bebê não sendo diagnosticado com a infecção no nascimento, a criança ainda é considerada como exposta à doença e deve ter um acompanhamento diferenciado por um período mínimo de 18 meses”, informou Ylara.

O médico infectologista Bruno Jardim, um dos facilitadores da capacitação, destacou que a Sífilis é uma doença muito comum na população em geral e em gestantes, mas que o tratamento adequado e em tempo oportuno faz muita diferença no desfecho dos casos, especialmente em relação ao bebê, podendo evitar a Sífilis Congênita.

“A Sífilis Congênita pode ocasionar alteração nos órgãos, como o baço ou fígado, da criança, alterações neurológicas ou ósseas, além de levar ao parto prematuro, abortamento e morte do recém-nascido. Quando a criança é diagnosticada, normalmente o tratamento da Sífilis Congênita é realizado imediatamente após o nascimento, ainda na maternidade, e o bebê fica internado para uma melhor investigação e tratamento em regime hospitalar”, informou o médico.

No caso da criança exposta à Sífilis, Bruno Jardim apontou que os médicos que realizam o seguimento ambulatorial devem, além de ter atenção aos sintomas sugestivos de Sífilis, acompanhar os exames laboratoriais e o atendimento em outras especialidades, como otorrinolaringologia, oftalmologia e neurologia pediátrica, para avaliar possíveis complicações.

“Após o parto, as crianças continuam o acompanhamento porque podem surgir diversas complicações neurológicas, auditivas, oftálmicas, ósseas, além de alterações no crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor. E, sem o tratamento, a criança pode desenvolver sequelas na infância e até mesmo na idade adulta”, alertou o médico.

Para a médica pediatra Alexandra Melo, que trabalha nas UBSs Arthur Virgílio e Petrópolis, toda capacitação é importante para a realização do trabalho. “Os bebês chegam encaminhados pela unidade básica, com o resumo do tratamento que já foi realizado. Como eles chegam já tratados na maternidade, a gente não costuma ter muitas complicações, mas ficamos atentos às características típicas da Sífilis Congênita não tratada, como alteração na pele, dentes mal formados e alteração na tíbia”, explicou a Alexandra Melo.

Teste rápido

A Semsa conta com 196 Unidades de Saúde que realizam a testagem rápida para Sífilis, com resultado disponível em, no máximo, 30 minutos, sem necessidade de estrutura laboratorial, e o serviço é direcionado para a população em geral.

Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), quando a gestante realiza o pré-natal, a recomendação é que o teste rápido seja feito preferencialmente ainda no 1º trimestre de gravidez, com um novo exame no 3º trimestre da gestação. Também deve ser feito no parto, independente dos resultados de exames anteriores, e em caso de aborto.

Em 2023, o município de Manaus registrou 2.238 casos novos de Sífilis adquirida, 1.247 casos de Sífilis em gestantes e 205 casos de Sífilis Congênita.

Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa

Fotos – Divulgação / Semsa

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