Além da vermelhidão, muita exposição ao sol pode causar desidratação e dores de cabeça; veja como se proteger no verão
Com a chegada do verão, a busca por uma pele bronzeada e por momentos refrescantes, seja na piscina ou na praia, levam a uma exposição maior ao sol. Com isso, a insolação pode se tornar um problema e causar danos à saúde, já que o quadro envolve desidratação e perda de nutrientes.
A dermatologista Sandra Tagliolatto explica que, ao contrário do que se imagina, passar apenas o protetor solar não é suficiente para evitar a insolação. Isso porque o produto protege somente a pele, mas não impede que o corpo absorva o calor.
“É importante procurar uma sombra, não ficar exposto nos horários de pico do sol, principalmente por volta do meio-dia, além de se hidratar bastante, porque as pessoas acabam ingerindo bebida alcoólica e esquecem de beber água. Então o truque é hidratação, água, bonés, protetor solar e fugir dos horários de pico do sol”, ressalta a especialista.
No caso das crianças, o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum destaca que elas não devem passar mais que duas horas expostas ao sol, seja nas brincadeiras na praia ou na piscina. A roupa de banho também é importante: vale apostar na camiseta de manga longa com proteção ultravioleta, mas exagerar na quantidade de roupas também pode fazer mal.
“A criança tem que estar vestida de acordo com o período do ano, então no verão se usa pouca roupa e chapéu. Se a criança estiver usando calça, camisa, tênis, em um ambiente de muito calor, ela vai ficar completamente isolada e isso causa uma insolação. O isolamento por excesso de roupa é um problema”, explica o médico.
Para garantir o bem-estar das crianças durante os passeios de verão, também é importante mantê-las bem hidratadas, com um bom consumo de água, além de garantir uma alimentação leve baseada em frutas e legumes. “Uma criança com diarreia pode desidratar muito rápido; diarreia e insolação podem desidratar mais rápido ainda”, afirma Ejzenbaum.
Estou com insolação, o que fazer?
Segundo a dermatologista Sandra Tagliolatto, existem algumas escalas de insolação. Durante o verão, as mais comuns estão associadas à vermelhidão e ardência na pele, o que também pode vir acompanhado de dor de cabeça e desidratação.
Nesses casos, é importante hidratar a pele e o corpo. Para restabelecer os sais minerais e a água perdida por causa da insolação, Sandra recomenda aumentar o consumo de água, bebidas isotônicas e água de coco também são aliadas. Para a pele, a recomendação é hidratar com cremes e loções pós-sol, desenvolvidas justamente para restaurar a pele após a exposição.
Nos casos mais severos de insolação, é possível que apareçam bolhas na pele, edemas, inchaços e muita dor de cabeça, com reflexos também no trato intestinal, como diarréia e náuseas. Em quadros com esses sintomas, é importante procurar atendimento médico.
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“A pessoa pode precisar de hidratação venosa, com soro, também é possível entrar com algum medicamento anti-inflamatório. É necessário uma conduta um pouco mais direcionada, porque a desidratação pode causar desmaio e até confusão mental. Mas é difícil chegar nesse estágio, a maioria para no primeiro, com pele vermelha, ardendo, e um pouco de dor de cabeça”, afirma a dermatologista.
A longo prazo, a especialista explica que um quadro grave de insolação pode causar problemas como perda de fibras colágenas, manchas e até câncer de pele.
Já em relação às crianças, o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum explica que um quadro grave de insolação pode causar tremores, febre, mal-estar, desidratação, vômitos e, em casos extremos, até convulsão.
“É importante respeitar as crianças, evitar que elas fiquem expostas ao sol forte. Se estiver na praia, ficar embaixo do guarda-sol e lembrar que o protetor solar protege apenas a pele. As crianças também podem ser hidratadas com água de coco e em caso de desidratação, usa-se o soro de reidratação oral”, explica o especialista.