Amazonas faz parte do estudo através da FCecon, que é o centro colaborador do projeto e sedia a coordenação local
Pesquisadoras da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), participam, nesta semana, de um treinamento para o projeto Manejo do Risco de Câncer Cervical (Marco), na Fundação Oswaldo Cruz – Brasília, no Distrito Federal. O estudo é um acordo de cooperação internacional entre o Ministério da Saúde (MS) e o National Cancer Institute (NCI/NIH) dos Estados Unidos.
A diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Kátia Torres, e a pesquisadora Heidy Hallana Rondon participam do treinamento.
Projeto
Nesta quarta-feira (29/03), o projeto foi lançado oficialmente, em Brasília. Ao todo, 20 mil mulheres devem fazer parte da pesquisa, que busca avaliar a presença de tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), causador do câncer de colo uterino, em amostras autocoletadas.
O Amazonas faz parte do estudo através da FCecon, que é um centro colaborador do projeto e sedia a coordenação local. Dez mil mulheres em Manaus farão a coleta de material.
“O projeto Marco é uma parceria internacional que busca encontrar ferramentas mais eficazes para a prevenção do câncer de colo de útero, câncer mais frequente entre as mulheres do Amazonas. Sem dúvida, é uma grande honra e oportunidade para o nosso estado poder participar desta relevante pesquisa através da Fundação Cecon”, disse o diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão.
Escolha
O projeto Marco é realizado em nove países, entre eles o Brasil. Segundo a pesquisadora do NCI, Ana Cecília Rodriguez, o projeto Marco é importante não só para o Brasil, mas para o mundo e o Amazonas foi escolhido devido ao grande número de casos da doença. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de 610 casos por ano.
“Este é um esforço muito grande e tem necessitado da colaboração de entidades estatais, como as secretarias Estadual e Municipal de Saúde e a Fundação Cecon. Incluir Manaus nesta investigação é de vital importância, porque nos permite avaliar esta ferramenta em uma região onde temos muitos casos de câncer de colo de útero e comunidades distantes”, disse Rodriguez.
Estratégias
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece às mulheres o exame preventivo (Papanicolau), onde as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório.
O ‘Marco’ utilizará como ferramenta um dispositivo de autocoleta de amostras cervicovaginais. A própria mulher coletará amostras na vagina de forma simples e indolor. Esse dispositivo já foi utilizado em outros países, como a Austrália, onde teve resultados promissores.
“Esse material será analisado para a realização dos testes de genotipagem expandida do HPV. A partir disso, será feita a análise de triagem por citologia em meio líquido, comparada com a citologia em meio convencional, que o SUS oferece”, explica Kátia Torres.
No projeto Marco, as mulheres que tiverem a presença de HPV oncogênico serão encaminhadas para o exame de colposcopia, biópsia (se necessário) e tratamento das lesões precursoras de câncer de colo uterino através da cirurgia de conização, se também for necessário. A cirurgia retira a parte doente do colo do útero, evitando a evolução para o câncer.
Referência
No Amazonas, a FCecon é unidade referência para as conizações e está em construção o Centro Avançado de Prevenção do Câncer do Colo do Útero do Amazonas (Cepcolu), anexo à Fundação.
As amostras colhidas das 10 mil mulheres em Manaus no projeto Marco serão avaliadas no Laboratório de Biologia Molecular da FCecon.
FOTOS: Kátia Torres e Divulgaçã/FCecon