Pesquisadores brasileiros deram um passo importante rumo ao diagnóstico precoce da doença de Alzheimer. Um estudo recente confirmou o potencial de um exame de sangue baseado na proteína p-tau217, capaz de diferenciar indivíduos saudáveis de pacientes com a doença com precisão superior a 90%.
A pesquisa, apoiada pelo Instituto Serrapilheira e conduzida por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), analisou mais de 110 estudos internacionais com cerca de 30 mil participantes. O biomarcador p-tau217 foi apontado como o mais promissor para uso em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, os exames disponíveis no Brasil incluem o teste de líquor, considerado invasivo, e a tomografia — ambos de difícil aplicação em todo o território nacional. “Um exame de sangue acessível pode revolucionar o diagnóstico no SUS”, destacou o pesquisador Eduardo Zimmer, da UFRGS.
O estudo também identificou que a baixa escolaridade aumenta o risco de declínio cognitivo, reforçando a importância dos fatores educacionais no envelhecimento cerebral.
Embora testes semelhantes já existam na rede privada — como o norte-americano PrecivityAD2, que custa até R$ 3,6 mil —, o objetivo é desenvolver uma alternativa nacional gratuita. Os resultados finais devem ser divulgados em cerca de dois anos.
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