A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), promoveu, nesta sexta-feira, 7/6, a solenidade de abertura da campanha de Combate ao Trabalho Infantil. Com o tema “O trocado que você dá financia o trabalho infantojuvenil nas ruas de Manaus”, o evento foi realizado no parque municipal Senador Arthur Virgílio Filho, na zona Sul, em alusão ao Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, celebrado, anualmente, no dia 12/6.
A abertura marca o início da programação especial que será desenvolvida pela gestão municipal com maior intensidade ao longo do mês de junho, com o objetivo de conscientizar a população sobre as principais formas de exploração infantojuvenil praticadas no município atualmente.
“Hoje, nós estamos iniciando mais um período de intensificação em nossas ações de conscientização contra a exploração do trabalho infantil em nossa cidade. Precisamos que a população entenda que a doação de qualquer quantia em dinheiro ou a compra de quaisquer produtos que sejam oferecidos por crianças e adolescentes em semáforos estimula sua permanência nas ruas, então trabalharemos, ao longo de todo o mês, para que essa mensagem seja repassada com sucesso”, destacou a secretária da Semasc, Dermi Rayol.
Simultaneamente às ações realizadas em alusão ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a Prefeitura de Manaus ainda desenvolve, desde o ano passado, a “Campanha Municipal de Enfrentamento ao Trabalho Infantojuvenil nas Ruas de Manaus”, um programa de ações permanentes voltadas para a identificação de famílias em situação de trabalho infantil e a avaliação intersetorial de suas principais demandas sociais.
De acordo com a chefe da Divisão de Média Complexidade do Departamento de Proteção Social Especial da Semasc, Márcia Helena Braga, o trabalho contínuo, integrado e diversificado na forma de diferentes mobilizações por parte do poder público é determinante para a eficácia de políticas de proteção à criança e ao adolescente.
“Não somente no mês de junho, é muito importante que continuemos com atividades como caminhadas, abordagens sociais, ações de prevenção e conscientização e todo o restante de medidas que adotamos para lidar com essa realidade. São atividades que somam com a rede proteção e o sistema de garantia de direitos, que garantem que essas crianças e adolescentes estejam protegidos”, explicou.
Participaram do evento estudantes da rede municipal e estadual de ensino, usuários referenciados em Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e representantes do poder público.
Para o gestor do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest), Jean Maximynno, essa diversidade do público atingido pela campanha é um fator importante para o sucesso das metas da rede de proteção social, pois garante o acesso a informações importantes para o enfrentamento da exploração infantojuvenil a uma parcela maior da população.
“Nosso principal desafio é a subnotificação em relação ao adoecimento de crianças e adolescentes por conta do trabalho infantil. É uma questão que influencia diretamente no desenvolvimento dessas crianças, nos índices de evasão escolar, nos perigos apresentados pelo contexto dessa exploração e o possível aliciamento dessas crianças pelo tráfico de drogas. Precisamos educar a população para que essa realidade não permaneça a mesma que vemos hoje”, frisou.
O estudante Joshua Sacksee, 13, esteve presente na cerimônia junto de outros colegas de sua escola. Para Joshua, sua participação e a de outros estudantes na abertura da campanha é importante para que mais pessoas tenham consciência da realidade vivida por milhares de crianças nas ruas da cidade.
“É muito triste pensar que existem crianças mais novas do que eu, neste momento, trabalhando. Eu estudo em uma escola de tempo integral, mas um dia inteiro estudando é diferente de estar trabalhando exposto nas ruas, então é uma coisa que nos faz pensar bastante”, finalizou.
Canais de denúncia
Ao se deparar com crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil ou em qualquer outro tipo de situação que viole seus direitos, a população pode formalizar suas denúncias, de forma anônima, por meio dos números 0800 092 1407, 0800 092 6644 ou pelo Disque 100.
Texto – Guilherme Pacheco / Semasc
Fotos – João Viana / Semcom