A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou, nesta quarta-feira, 7/12, a exposição “Territórios Babies Amazon – Cores e Mistérios”. A atividade cultural ocorreu com os estudantes da creche municipal Magdalena Arce Daou, localizada no bairro Santa Luzia, zona Sul. A iniciativa teve o propósito de trabalhar o contexto do acolhimento cultural das crianças venezuelanas que a creche atende e suas famílias.
A exposição tem inspiração nas obras de artistas das artes visuais amazonenses e venezuelanos, além disso integra o projeto macro da unidade de ensino denominado “Das arepas ao tucumã: Uma proposta de interculturalidades no acolhimento da infância migrante na creche”. O termo “arepas” é um pão nativo da Venezuela.
De acordo com a gestora da unidade, que atende 196 crianças de 1 a 3 anos, Jucilene Seixas, a gestão do prefeito David Almeida é marcada pelo respeito no sentido de apoiar práticas de integração na rede municipal de ensino.
“Com essa exposição, apresentamos o que foi desenvolvido nesse último trimestre de 2022. As professoras trabalharam tudo isso que foi apresentado nas oficinas com as nossas crianças. A Semed sempre nos incentiva a construir e desenvolver com as crianças projetos arrojados, como este, porque engloba toda a comunidade escolar. Nossa gratidão ao prefeito David Almeida, que sempre incentiva e à secretária municipal de Educação, professora Dulce Almeida, por estar sempre conosco”, declarou Jucilene.
Relato
Entre os envolvidos na ação, estava a mãe da estudante Cloe Sofia, 2 anos, da turma do maternal II, a venezuela Yesenia Gil. A dona de casa residia na Cuidad Guayana Perto Ordaz, localizada no Estado de Bolívar, ao nordeste da Venezuela. Ela chegou ao Brasil em 2016 e disse que achou positiva a finalidade do evento.
“Eu achei muito bom e muito bonito. É a primeira vez que eu assisto a isso e me pareceu muito bem. A minha filha (Cloe) viu como são as coisas aqui no Amazonas e no Brasil. Quero também que ela aprenda a cultura do povo daqui”, ressaltou.
Estandes
A exposição era composta por 10 estandes a fim de promover a dupla troca intercultural. Os espaços lúdicos foram confeccionados com criatividade pelos estudantes com o auxílio dos professores. Os preparativos para a execução do projeto iniciaram no mês de julho.
Para a curadora da exposição, professora Maria Raquel Santos, o evento celebra a cultura da infância e socializa com a comunidade as pesquisas das crianças, no sentido de valorizar o processo de ensino-aprendizagem.
“A proposta dessa exposição é trabalhar a interculturalidade das crianças refugiadas imigrantes. Em nossa creche, recebemos um quantitativo muito grande de crianças Venezuelanas, muitas brasileiras natas nascidas no Brasil, porém ainda no processo de entender a nossa cultura. A partir dessa problemática, resolvemos, enquanto equipe escolar, fomentar um projeto que trabalhasse um acolhimento dessas famílias. Essa é uma parte do projeto ‘Das Arepas ao Tucumã’ que ocorrerá no decorrer do próximo ano”, explicou.
Inspiração
A artista visual Laís Borges foi uma das inspirações e referências dos estudantes em um dos estandes para o desenvolvimento da exposição. Ela desenvolve trabalhos voltados para pautas amazônicas e questões sociais, que vão desde percepções mais geometrizadas com uma “pegada” ancestral até algo mais figurativo, como rostos.
“É muito gratificante ver obras de artistas amazonenses sendo trabalhadas com as crianças e isso tudo sendo empregado no estímulo à criatividade. A arte não alimenta somente a visão, mas também trabalha outras questões importantes para o desenvolvimento das crianças, como coordenação e atenção, porque isso pode inclusive fazer a diferença para as crianças em situações diversas”, salientou a artista.
Texto – Andrew Ericles / Semed
Fotos – Cleomir Santos / Semed