A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu nesta terça-feira, 12/11, a 2ª Oficina Municipal de Vigilância de Óbitos Maternos, Infantis, Fetais e de Mulheres em Idade Fértil, no auditório do Complexo de Saúde Oeste, bairro da Paz, zona Oeste. O evento reuniu 42 profissionais da Semsa que atuam como referência técnica na vigilância do óbito nos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, além de técnicos envolvidos nos programas de Saúde da Mulher e Saúde da Criança.
De acordo com a técnica do Núcleo de Investigação de Óbitos (NUIOB/Semsa), Shelley Samia de Sá Fernandes, a oficina foi programada para promover a discussão sobre estratégias para aprimorar a prática da vigilância e investigação de óbitos no dia a dia das equipes nos Distritos de Saúde.
“Durante a oficina, verificamos como o serviço está sendo feito hoje na prática e, a partir de um estudo de caso, entender, junto com os participantes, o que causou o óbito e o poderia ser feito para evitar a morte do paciente. A ideia é também aproveitar o momento para debater sobre as propostas para o trabalho em 2025, como integrar melhor as equipes, equilibrar o trabalho e, principalmente, padronizar os relatórios de investigação”, informou Shelley Samia.
O conteúdo da oficina envolveu os módulos: Vigilância do Óbito, Análise e Qualificação do Óbito, e Estudo de Caso. A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e de Saúde do Trabalhador (DVAE), Marinélia Ferreira, destacou a importância da qualificação do trabalho das equipes de investigação e de vigilância de óbitos.
“O trabalho das equipes permite não apenas identificar as causas do óbito, mas também podemos encontrar possíveis fragilidades na rede de atendimento. O resultado final desse processo é obter informações para que tenhamos políticas públicas que fortaleçam a rede de atendimento e possam reduzir o número de mortes evitáveis”, apontou Marinélia.
A enfermeira Elisa Cristina Rocha Oliveira, responsável técnica pelo Programa de Saúde da Criança e do Adolescente no Disa Norte, participou da oficina e disse que pretendia obter um melhor panorama da situação de óbitos em Manaus, e discutir ferramentas para melhorar a saúde materna e infantil.
“Em se tratando dos programas de saúde da criança e da mulher, a gente procura sempre trabalhar no intuito de prevenir os óbitos. A gente quer oferecer o melhor pré-natal possível, a melhor puericultura com a realização das consultas médicas para o recém-nascido desde a primeira semana de vida, seguindo com todas as consultas do crescimento e desenvolvimento da criança, principalmente nos primeiros dois anos de vida”, reforçou Elisa.
Taxas
Em 2023, o Amazonas apresentou uma taxa de 92,03 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos e Manaus teve uma taxa de 59,74 mortes por 100 mil nascidos vivos. Já o Brasil apresentava taxa de 50,94/100 mil nascidos vivos. Conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), a meta pactuada para o Brasil é reduzir a razão de mortalidade materna para 30 óbitos por 100 mil nascidos vivos até o ano de 2030.
Em relação à mortalidade infantil, o Amazonas apresentou taxa de 17,24 óbitos por mil nascidos vivos em 2023 e Manaus teve a taxa de 15,14 óbitos por mil nascidos vivos. O Brasil obteve a taxa de 12,62 óbitos por mil nascidos vivos, sendo que a meta é reduzir para cinco óbitos por mil nascidos até 2030.
Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa